Ministro: Possível retirada da BCG não se deve à falta da vacina no mercado 14 de Setembro de 2015 O ministro da Saúde, Paulo Macedo, esclareceu que a falta da vacina BCG no mercado mundial não é o que está a condicionar qualquer decisão governamental de eventual retirada do Plano Nacional de Vacinação.
«Ou seja, se a decisão for tomada não é porque neste momento não há fornecimento da vacina a nível mundial. A Direção-Geral da Saúde já conseguiu um pré compromisso para conseguir obter um conjunto de doses de vacinas. A nossa intenção é que as crianças sejam vacinadas e depois, independentemente desta falta a nível mundial das vacinas do BCG, então tomar a decisão», afirmou Paulo Macedo.
O ministro referiu que «neste momento apenas a Grécia, Portugal e a Irlanda mantêm a vacina do BCG, em termos da União Europeia».
«Queremos é desligar uma coisa da outra. A decisão a ser tomada, não será tomada porque há falta neste momento de fornecimento a nível mundial. Estamos num caminho melhor do que estávamos há 15 dias para a aquisição da vacina, vamos vacinar as crianças e depois tomar a decisão em termos de futuro», frisou.
A informação de que a Direção-Geral da Saúde admite deixar de vacinar todos os bebés contra tuberculose foi referida na quinta-feira ao “Diário de Notícias” pela subdiretora-geral de Saúde, avançando que esta hipótese «vai ser avaliada já na próxima reunião».
A OMS recomenda a vacinação apenas para grupos de risco em países onde a incidência é baixa. Até ao ano passado, Portugal era o único país da Europa que ainda estava acima do limite no número de casos de tuberculose, um limite traçado nos 20 casos por cada cem mil de habitantes. A DGS anunciou, no entanto, em abril, que pela primeira vez Portugal tinha baixado dessa fasquia.
Já a comissão de vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria considera que uma posição definitiva sobre a administração universal da vacina BCG em Portugal só poderá ser tomada após o conhecimento de todos os dados epidemiológicos que a DGS tem vindo a recolher.
No entanto, em resposta enviada à “Lusa”, considera que «o risco de tuberculose para as crianças, em Portugal, é baixo e que os atrasos verificados na vacinação não colocam em risco a sua saúde».
O ministro falava no final da cerimónia de assinatura de protocolos entre a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e 30 instituições de saúde, com vista à melhoria da formação clínica dos estudantes de Medicina. No âmbito desta sessão, Paulo Macedo distinguiu a FMUP com a Medalha de Serviços Distintos Grau Ouro do Ministério da Saúde. |