Misericórdias endividadas pelos cuidados continuados vão ter fundo financeiro 576

Misericórdias endividadas pelos cuidados continuados vão ter fundo financeiro

28-Mar-2014

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vão criar um fundo financeiro, entre 7,5 milhões e 10 milhões de euros, para as misericórdias endividadas, por causa das unidades de cuidados continuados.

A medida foi inicialmente anunciada pelo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, que, numa entrevista ao jornal “Público”, dizia estar a trabalhar, juntamente com a UMP, na criação de um fundo que permitisse concluir os trabalhos das unidades de cuidados continuados.

Em declarações à agência “Lusa”, o presidente da UMP, Manuel Lemos, explicou que várias misericórdias têm pedido ajuda à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e que essa questão, a par da preocupação com o envelhecimento da população, fez com as duas estruturas se juntassem na procura de uma solução.

«A Santa Casa da Misericórdia [de Lisboa] dispõe-se a criar um fundo para ajudar as misericórdias que estão em dificuldades decorrentes dos atrasos na abertura e na construção das unidades de cuidados continuados», adiantou Manuel Lemos.

Segundo o responsável, a verba que vier a ser definida, e que andará entre os 7,5 milhões de euros e os 10 milhões de euros, sairá na totalidade dos cofres da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e servirá, «fundamentalmente», para os problemas financeiros criados pelas unidades de cuidados continuados.

Manuel Lemos esclareceu que a verba não se destina a pôr a funcionar as unidades que estão em obras ou que estão concluídas e não abrem por falta de acordo com o Estado.

Segundo o presidente da UMP, há um conjunto de misericórdias que «estão neste momento em risco», devido às dívidas contraídas por causa das unidades de cuidados continuados, já que muitas «não abriram, segundo aquilo que tinha sido contratado com o Estado».

Acrescentou que o princípio está já definido, mas a forma como este fundo irá funcionar será ainda trabalhada, dependendo também da disponibilidade da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Atualmente estão contratualizadas com o Estado, mas ainda sem estarem a funcionar, 18 unidades de cuidados continuados, estando 17 prontas ou quase prontas.

Segundo Manuel Lemos, estas 17 poderão abrir ao longo de 2014.