Moçambique e Angola são os Estados lusófonos que constam entre os dez países com mais casos de malária em 2023, de acordo com o relatório mundial sobre a doença, divulgado hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em termos mundiais, registaram-se 263 milhões de casos de malária em 2023, mais 11 milhões do que no ano anterior, com a região africana a suportar 94% dos casos.
No ano passado, a Nigéria foi o país com mais casos (68.136.000 casos), seguido da República Democrática do Congo (33.141.000) e o Uganda (12.573.000). Moçambique registou 9.560.000 casos e Angola 8.251.000.
Cinco países apresentaram uma maior percentagem de casos: Nigéria (26%), República Democrática do Congo (13%), Uganda (5%), Etiópia (4%) e Moçambique (4%).
O documento indica, como refere a Lusa, que a Região do Mediterrâneo Oriental da OMS registou um aumento de 57% na incidência desde 2021, aumentando para 17,9 casos por 1.000 habitantes em 2023.
Em 2023, o número de mortes atribuído à malária foi de 597.000, com uma taxa de mortalidade de 13,7 por 100.000.
Também neste aspeto a região africana da OMS continua a suportar o maior fardo de mortalidade, registando 95% das mortes por paludismo estimadas a nível mundial.
No ano passado, o Azerbaijão, Belize, Cabo Verde e Tajiquistão foram certificados como livres de malária. Em 2024, o Egito também alcançou o estatuto de livre de malária, tornando-se o terceiro país da Região do Mediterrâneo Oriental da OMS.
No relatório ressalvam-se algumas tendências positivas no controlo global da malária, tendo em conta que, entre 2000 e 2023, 12,7 milhões de mortes foram evitadas em todo o mundo, das quais 12 milhões na região africana da OMS.
“Só em 2023, mais de 177 milhões de casos e mais de 1 milhão de mortes foram evitados a nível mundial”, lê-se no documento.
Os progressos também foram “notáveis” em países com um baixo peso da doença. O número de países que registam menos de 10.000 casos de malária aumentou de 28, em 2000, para 47, em 2023, enquanto os países com menos de 10 casos aumentaram de quatro para 25 durante o mesmo período.
“Ninguém deveria morrer de malária. No entanto, a doença continua a afetar desproporcionadamente as pessoas que vivem na região de África, especialmente as crianças pequenas e as mulheres grávidas”, afirmou o diretor-geral da OMS.
Tedros Adhanom Ghebreyesus salientou que “um conjunto alargado de ferramentas que salvam vidas oferece agora uma melhor proteção contra a doença, mas são necessários mais investimentos e ações nos países africanos”.
Em novembro de 2024, 44 países e um território tinham sido certificados como livres de malária pela OMS e muitos mais estão a progredir de forma constante para atingir o objetivo. Dos 83 países onde a malária é endémica, 25 países registam agora menos de 10 casos de malária por ano, um aumento em relação aos quatro países em 2000.