Moçambique prevê vacinar 1,7 milhões de pessoas contra o sarampo na província de Cabo Delgado, no norte do país, onde este ano já se registaram 341 casos do surto e 18 mortes.
“Desde o mês de julho que há surto de sarampo na província de Cabo Delgado e estamos a desencadear uma campanha para estancar este mal, porque em todo o ano já se registaram 341 casos”, afirmou o chefe do Programa Alargado de Vacinação do Ministério da Saúde, Leonildo Nhampossa, em declarações à Lusa.
Segundo o responsável, prevê-se o arranque da campanha de vacinação contra o surto de sarampo em 16 de setembro, decorrendo até 23 do mesmo mês, sendo que a imunização está prevista para decorrer em todos os distritos da província.
“O maior número de casos neste momento regista-se em crianças de menos de 5 anos de idade e também em adolescentes até 15 anos, [é] por isso que a vacinação vai abranger maior número desta camada, dos cerca de 1,7 milhões previstos de todos os grupos-alvo”, referiu.
Leonildo Nhampossa frisou, contudo, que nenhum dos 18 mortos deste surto em Cabo Delgado foi registado dentro das unidades sanitárias.
O chefe do Programa Alargado de Vacinação avançou que a campanha vai decorrer em todas as unidades sanitárias de Cabo Delgado, envolvendo 1.487 equipas de trabalho que incluem profissionais de saúde e ativistas comunitários, que já beneficiaram de uma formação para o efeito, totalizando 6.200 envolvidos.
As autoridades sanitárias moçambicanas vão contar igualmente com brigadas móveis durante a campanha de vacinação, visando alcançar o maior número de pessoas.
“A vacina já está na província de Cabo Delgado desde terça-feira [10 de setembro] e já se fez a sua distribuição”, garantiu Leonildo Nhampossa, acrescentando que estão a ser investidos na operação 1,2 milhões de dólares (um milhão de euros).
“As pessoas devem aderir à vacinação, porque este é o meio mais eficaz para evitar a propagação da doença, não temos como parar a doença se não vacinarem”, apelou o responsável.
O chefe do Programa Alargado de Vacinação adiantou que há 30 dias que a província do Niassa, também no norte do país, não regista casos de sarampo, mas garantiu que está prevista para outubro uma campanha de vacinação naquele ponto do país.
“Neste momento não há casos, mas estamos em alerta, atentos, para caso haja situações de emergência”, referiu Nhampossa, acrescentando que este ano a província registou 63 casos da doença.
A Lusa noticiou em 10 de agosto de 2023 que Moçambique vacinou contra o sarampo, em menos de uma semana, cinco milhões de crianças, até aos 4 anos e 9 meses, para evitar um surto da doença em cinco províncias, acima do inicialmente estimado, anunciaram as autoridades.
Na altura, a campanha chegou a todas as crianças dos 09 aos 59 meses e decorreu de 31 de julho a 04 de agosto, em todos os distritos das províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia, bem como em nove distritos da província de Niassa.