Modelo matemático ajuda a combater coinfecções do HIV e tuberculose 21 de Dezembro de 2015 Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um modelo matemático para ajudar a combater coinfeções do vírus HIV/sida e da tuberculose, anunciou hoje fonte académica. O algoritmo, que faz previsões sobre a influência dos tratamentos na evolução do estado de saúde dos pacientes, a médio e longo prazo, permite aos médicos traçar prioridades e decidir quem deve ser tratado, como e durante quanto tempo, de forma a reduzir ao mínimo o número dos coinfetados a desenvolver ativamente as duas doenças, noticiou a agência “Lusa”. Desenvolvido por Delfim Torres e Cristiana Silva, do Departamento de Matemática (DMat), o modelo divide a população em classes, de acordo com o estado de saúde de cada indivíduo em relação à infeção pelo mycobacterium tuberculosis, a bactéria causadora da maioria dos casos de tuberculose, e pelo vírus da imunodeficiência humana, o qual, numa fase avançada da infeção, provoca a sida. O trabalho, segundo Delfim Torres, «para além de propor um modelo populacional para a coinfecção da tuberculose-sida, aplica a teoria do controlo ótimo, de forma a determinar qual a fração de indivíduos coinfetados que deve fazer o tratamento para ambas as doenças ou apenas uma delas, considerando situações de escassez de meios para o tratamento de toda a população infetada». O modelo do DMat pode fazer previsões sobre a influência do sucesso dos tratamentos no número de pessoas infetadas e que desenvolvem uma ou ambas doenças ativas e com isso reduzir-se o número de indivíduos que desenvolve SIDA e/ou tuberculose ativa com o mínimo de recursos possíveis. Na construção do modelo matemático os investigadores da UA deram como assumido que os indivíduos com tuberculose ativa ou latente têm acesso a tratamento. Quanto aos indivíduos infetados pelo VIH que iniciam o tratamento antirretroviral atempadamente, respeitando os protocolos de tratamento, o algoritmo de Delfim Torres e Cristiana Silva colocam-nos numa classe designada por crónica uma vez que, de acordo com a literatura médica, estas pessoas, após infeção, podem viver mais de 20 ou 30 anos, com uma qualidade de vida razoável e comparável à de outras doenças designadas crónicas. |