Monkeypox: OMS declara surto como emergência de saúde pública internacional 527

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, no passado dia 23 de julho, o surto de Monkeypox como uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, o nível mais alto de alerta, quando estão notificados mais de 16 mil casos em 75 países.

“Temos um surto que se está a espalhar rapidamente à volta do mundo, do qual sabemos muito pouco e que cumpre os critérios dos regulamentos internacionais de saúde”, adiantou o diretor-geral da OMS em conferência de imprensa, citado pela Lusa, após a reunião do Comité de Emergência para avaliar a evolução da doença.

Segundo disse, o Comité de Emergência para a Monkeypox, que se reuniu na quinta-feira pela segunda vez para avaliar a evolução do surto, não chegou a um consenso, mas a avaliação da OMS é de que o risco é moderado a nível global, exceto na Europa, onde é considerado como elevado. O diretor-geral explicou que a sua decisão de declarar a emergência de saúde pública de preocupação internacional baseou-se nas informações que mostram que o vírus se espalhou rapidamente a nível global, mesmo em países sem registo prévio de infeções, assim como nas “muitas incógnitas” face aos dados ainda insuficientes sobre a Monkeypox.

“Sei que este não foi um processo fácil ou simples e que existem pontos de vista divergentes entre os membros”, referiu Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao recordar que, atualmente, o surto concentra-se sobretudo em “homens que fazem sexo com homens, especialmente aqueles com múltiplos parceiros sexuais”. Isso significa que se trata de um surto que “pode ser travado com as estratégias certas nos grupos certo”, salientou o responsável da OMS, alertando que o “estigma e discriminação podem ser tão perigosos como qualquer vírus”.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) afirmou que Portugal já adotou as medidas para responder à Monkeypox. “Não implica muito mais do que aquilo que está a ser feito. Todas as medidas têm sido tomadas, mesmo sem essa declaração”, disse à Lusa a porta-voz da DGS para o surto em Portugal. Segundo Margarida Tavares, a nível nacional, “já estão implementadas as medidas fundamentais” para responder ao surto. Apesar de Portugal ser um dos países do mundo mais afetados pela Monkeypox, em termos do número de casos diagnosticados, “não se pode dizer que estamos num crescimento exponencial nem nada que se pareça”, adiantou a médica.

“O que temos assistido é um número constante semanal e até com uma tendência ligeiramente decrescente”, destacou Margarida Tavares, que é também a diretora do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção por VIH da DGS.

Está é a sétima vez que a OMS declara a emergência internacional (mecanismo iniciado em 2005), depois de o ter feito para a Gripe A em 2009, para o Ébola em 2014 e 2018, para a Poliomielite em 2014, para o vírus Zika em 2017 e para o coronavírus que provoca a covid-19 em 2020, este último ainda em vigor.