Mpox: OMS apela a acesso rápido a testes de diagnóstico 306

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou, esta quinta-feira, a um acesso rápido aos testes de diagnóstico do vírus monkeypox (mpox) e convidou os fabricantes a recorrerem ao procedimento da análise de uso de emergência.

Em comunicado, a agência da ONU pediu aos fabricantes de diagnósticos ‘in vitro’ (IVD) de mpox que apresentem uma manifestação de interesse para a listagem de utilização de emergência (EUL), um procedimento que avalia a adequação de novos produtos de saúde durante emergências de saúde pública, com o objetivo de os disponibilizar o mais rápido possível.

Na nota, a OMS acrescenta que tem mantido “contactos permanentes” com os fabricantes sobre a necessidade de diagnósticos eficazes, especialmente em contextos de baixos rendimentos.

O pedido de manifestações de interesse dos fabricantes para a EUL é o mais recente desenvolvimento destas discussões.

A testagem é fundamental para que as pessoas recebam tratamento e cuidados o mais cedo possível e evitem uma maior propagação, destaca a OMS. Desde 2022, a OMS já distribuiu cerca de 150 mil testes de diagnóstico para o mpox a nível mundial, dos quais mais de um quarto foi para países de África. Nas próximas semanas, a OMS entregará mais 30 mil testes aos países africanos.

Com cerca de mil casos suspeitos notificados só esta semana na República Democrática do Congo (RDCongo), a procura de testes de diagnóstico está a aumentar, vinca a OMS.

A agência da ONU recorda que desde maio passado, seis laboratórios adicionais foram equipados para diagnosticar a varíola, permitindo uma descentralização da capacidade de teste das grandes cidades para as províncias afetadas. Dois destes laboratórios encontram-se na província de Kivu Sul, selecionados para responder ao surto da nova estirpe viral, denominada Ib.

“Graças a estes esforços, as taxas de despistagem melhoraram drasticamente no país, com quatro vezes mais amostras testadas em 2024 do que em 2023”, detalha, cita a Lusa.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, em 14 de agosto de 2024, que o recrudescimento da varíola na RDCongo e num número crescente de países africanos constitui uma emergência de saúde pública de âmbito internacional.

O ressurgimento em África está a ter um grande impacto na República do Congo, RDCongo, Burundi, Quénia, Ruanda e Uganda.