Mpox: OMS emite recomendações temporárias para combater surtos 333

A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu recomendações temporárias aos países que enfrentam surtos de mpox, e também a outros países, para melhorar a coordenação da resposta de emergência, na vigilância e tratamento médico.

As recomendações temporárias divulgadas, esta segunda-feira, avança a lusa, juntam-se a outras já em vigor e que foram prolongadas até 20 de agosto de 2025, consta do relatório do comité de emergência de regulamentos de saúde internacional divulgado pela OMS num contexto de prevenção e controlo do mpox, entretanto declarado emergência global de saúde, face à disseminação da doença em África, mas também detetado na Suécia na sua variante mais grave.

As recomendações temporárias dirigem-se à República Democrática do Congo, Burundi, Quénia, Ruanda e Uganda, mas não só, sublinha a OMS.

Recomendações aos países para combater o surto

  • Apela-se a uma maior coordenação a nível local e nacional e entre intervenientes no combate aos surtos, incluindo o envolvimento de organizações humanitárias que possam prestar apoio em áreas de refugiados, deslocados e de insegurança para as comunidades;
  • Melhorias na vigilância dos surtos, ao nível geográfico, e maior acesso a testes de diagnóstico fiáveis e de baixo custo para a nova variante do mpox, sugerindo acordos para transporte de amostras e para a sequenciação genómica do vírus;
  • As Nações Unidas apelam para a identificação e contacto de infetados, para travar cadeias de transmissão, e para o reporte à OMS de casos suspeitos e confirmados numa base semanal.
  • A OMS recomenda apoio clínico, nutricional e psicológico aos doentes, o seu isolamento, sempre que possível, em centros de tratamento, e orientações para tratamento em casa.
  • Criação de um plano de expansão de acesso a tratamentos para os doentes, incluindo crianças, pessoas com HIV e mulheres grávidas, dotar os profissionais de saúde de mais capacidades e conhecimento, assim como mais equipamento de proteção pessoal, e a promoção de medidas de prevenção e controlo do mpox, assim como acesso a água e serviços sanitários em centros de saúde, residências, mas também infraestruturas como prisões, escolas e campos de refugiados.
  • Plano de vacinação contra a doença, com definição de prioridades e do envolvimento dos diferentes intervenientes.

Recomendações aos turistas 

  • Planos para comunicação de risco e envolvimento das comunidades na prevenção de surtos, vacinação e combate a estigmas e discriminação associados à doença;
  • Reforço do financiamento nacional e da captação de fundos externos para o combate, assim como a integração do mpox em programas e campanhas já existentes para controlo de outras doenças endémicas;
  • Investimento na produção de conhecimento científico sobre a doença e um reporte trimestral à OMS do andamento e desafios relacionados com a implementação destas recomendações, através de canais próprios que vão ser disponibilizados pela agência das Nações Unidas.

Dados sobre mpox

Esta é a segunda vez em dois anos que a doença infecciosa é considerada uma potencial ameaça para a saúde internacional, um alerta que foi inicialmente levantado em maio do ano passado, depois de a sua propagação ter sido contida e a situação ter sido considerada sob controlo.

A nova variante pode ser facilmente transmitida por contacto próximo entre dois indivíduos, sem necessidade de contacto sexual, e é considerada mais perigosa do que a variante de 2022.

O mpox transmite-se sobretudo pelo contacto próximo com pessoas infetadas, incluindo por via sexual.