Mpox: OMS, sem alarme, pede resposta unificada perante a expansão da doença 361

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu hoje (16) uma resposta internacional unificada, perante a identificação da nova variante do vírus Mpox na Europa e apela para que as pessoas não entrem em pânico com exemplos “alarmistas”.

“A identificação da primeira infeção da clade (variante) 1b do Mpox na Suécia sublinha a necessidade dos países afetados combaterem o vírus em conjunto”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, cita a agência lusa.

O responsável encorajou todos os países a melhorar a vigilância, a partilhar os dados de que dispõem e a trabalharem para compreender melhor a transmissão, bem como a partilhar as vacinas de que dispõem.

A porta-voz da OMS, Margaret Harris, disse aos repórteres internacionais em Genebra que não há necessidade de entrar em pânico devido aos relatos que circulam de pessoas que foram infetadas apenas por apertarem a mão a alguém que estava infetado, mas que ainda não apresentava erupções cutâneas.

“Muitas vezes temos este tipo de exemplos alarmistas, mas esta doença propaga-se através de um contacto muito próximo, que vemos nos lares, de mães para filhos, através de relações sexuais ou através da roupa de cama ou da roupa de alguém que está infetado”, explicou. A infeção é visível quando “quando as bolhas são visíveis e há líquido nas bolhas”, disse.

A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) afirmou, hoje, em Genebra, que a doença afeta particularmente as comunidades marginalizadas, que necessitam de informação clara sobre a forma de se protegerem e de identificarem os sintomas.

Também precisam de ser convencidas a procurar assistência médica quando há sinais de infeção e, para isso, o estigma em torno da doença, que é a principal razão pela qual as pessoas não procuram ajuda, deve ser combatido.

A especialista em emergências sanitárias da FICV, Bronwyn Nichol, disse que não era de surpreender que o vírus tivesse aparecido na Europa, mas sublinhou que isso não deveria desencorajar os países com reservas de vacinas a doar para África, onde o vírus está a circular amplamente.

De acordo com a OMS, existe atualmente meio milhão de uma das duas vacinas que foram desenvolvidas em processos rápidos contra o Mpox, podendo ser produzidas mais 2,5 milhões de doses no próximo ano.

Harris não deu informações sobre os países que têm doses da primeira vacina, embora tenha dito que há “promessas” de doações para África. Um segundo tipo de vacina foi produzido em nome do Japão, mas não foi comercializado, e a OMS espera que o Japão também possa partilhá-lo.