Mulheres são quem mais recorrem ao centro de saúde por depressão 20 de outubro de 2014 Oito em cada dez utentes que procuraram o centro de saúde, em 2013, devido a problemas de depressão eram mulheres, revela um relatório da Rede Médicos-Sentinela, que notificou 1.873 consultas relacionadas com esta doença no ano passado. Na grande maioria das consultas (93,2%) houve prescrição de medicamentos, sendo que em 64,2% dos casos foi usado apenas um fármaco. Das 1.873 consultas realizadas, menos 35 face a 2012, 1.488 (79,4%) foram pedidas por mulheres e 385 (20,6%) por homens, «o que traduz um predomínio de consultas no sexo feminino logo a partir dos 15 anos», refere o relatório da rede, constituída por médicos de família que exercem funções nos centros de saúde. O número anual estimado de consultas relacionadas com a depressão foi de 6.645 por 100.000 utentes e na população feminina, com 15 ou mais anos, foi de 11.737 consultas por 100.000 utentes, valores semelhantes aos registados no ano anterior. Segundo o documento, publicado no site do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), citado pela “Lusa”, oito doentes tiveram de ser internados, dos quais seis eram mulheres. As consultas de seguimento e de renovação de medicação foram as duas tipologias mais frequentes, representando, respetivamente, 43% e 35,2% do total de consultas notificadas durante o ano, semelhante ao que tinha acontecido no ano anterior. Em 89% das situações, o diagnóstico de depressão (primeiro episódio ou recidiva) foi estabelecido pelo médico de família do utente. Em 133 consultas (7,1%), o utente foi referenciado para outro profissional de saúde, na maioria dos casos para um psiquiatra (67,7%). Os Médicos-Sentinela observam que «foi percebido risco de suicídio em 2,4% dos casos (2,1% nos homens)». A distribuição da taxa de incidência de depressão, considerando apenas os primeiros episódios na vida dos utentes, acompanhou a procura de cuidados de saúde, observando-se uma taxa de incidência mais elevada nas mulheres (886/100.000 utentes). No global, o grupo etário com taxa de incidência mais elevada é o dos 35-44 anos, embora nos homens a taxa de incidência mais elevada tenha sido registada entre os 65 e os 74 anos. No ano passado, foram também notificados 166 casos de insónia, não havendo registo de nenhum caso com internamento. A taxa de incidência estimada foi de 589 por 100.000 utentes, observando-se uma incidência mais elevada nas mulheres (804/100.000). A causa da insónia foi identificada por 104 utentes (62,7%), sendo a ansiedade/depressão a causa mais frequentemente apontada (48,1%). Os Médicos-Sentinela, que no ano passado eram 112, notificam voluntariamente casos ou episódios de doença e de outras situações relacionadas com saúde dos utentes inscritos nas suas listas. O relatório ressalva que os dados «devem ser interpretados à luz das limitações inerentes às características da Rede», uma vez que é de participação voluntária e apenas abrange os utilizadores dos cuidados de saúde primários. |