Multinacional Monsanto: Herbicida glifosato é seguro para a saúde 27 de Março de 2015 A multinacional Monsanto, de agricultura e biotecnologia, garantiu hoje que os herbicidas de glifosato no mercado «são seguros para a saúde humana». «Todos os produtos registados à base de glifosato são seguros para a saúde humana, o que é comprovado por um dos maiores bancos de dados científicos já compilado sobre um produto agrícola», refere um esclarecimento da Monsanto, citado pela “Lusa”. A multinacional transmitia a sua posição acerca das informações divulgadas pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC na sigla em inglês), da Organização Mundial de Saúde, assegurando que «todos os herbicidas à base de glifosato no mercado obedecem a padrões rigorosos determinados por autoridades regulatórias visando proteger a saúde humana». Na quarta-feira, a Plataforma Transgénicos Fora transmitiram a sua preocupação após a declaração da IARC que aponta para a possibilidade de o herbicida «mais vendido em Portugal», o glifosato, causar aquela doença. «A Organização Mundial de Saúde, através da sua estrutura especializada – a IARC -, declarou o glifosato (junto com outros pesticidas organofosforados) como carcinogénio provável para o ser humano», alertava um comunicado da Plataforma, que reúne 11 entidades não-governamentais das áreas do ambiente e agricultura. Esta classificação significa que «existem evidências suficientes de que o glifosato causa cancro em animais de laboratório e que existem também provas diretas para o mesmo efeito em seres humanos, embora mais limitadas», realçava a Plataforma. A Monsanto, uma das mais representativas empresas do setor agrícola, vem hoje realçar que «encara os processos e avaliações da IARC com forte ceticismo» e que a entidade «já esteve sob críticas antes tanto pelos seus processos como pela sua parcialidade». O grupo garante que «tem como prioridade a segurança dos seus produtos» e sobre a informação da IARC acerca do glifosato, utilizado, por exemplo, para fins agrícolas e limpeza de arruamentos, salienta não haver pesquisas que fundamentem a referida classificação. «Cada um dos estudos considerados pela IARC já havia sido anteriormente avaliado pelas agências regulatórias de todo o mundo. A avaliação mais recente foi em janeiro de 2014, pelo governo alemão, em nome da União Europeia», realça. Para a Monsanto, «dados científicos relevantes não foram considerados [já que] a IARC recebeu e desconsiderou dezenas de estudos científicos e avaliações de agências regulatórias de todo o mundo, que suportam a conclusão de que o glifosato não é um risco para a saúde humana». Entre os argumentos da multinacional está também a certeza de que a classificação da IARC «não estabelece qualquer correlação entre o glifosato e um crescimento do número de casos de cancro». |