Municípios do Médio Tejo vão elaborar Carta de Saúde Regional 560

Municípios do Médio Tejo vão elaborar Carta de Saúde Regional

7 de julho de 2014

Os treze municípios da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMTEJO), preocupados com a qualidade da oferta ao nível dos cuidados de saúde, anunciaram, no sábado, a aprovação por unanimidade da criação de uma Carta de Saúde Regional.

Em declarações à agência “Lusa”, a presidente da CIMTEJO, Maria do Céu Albuquerque, que também preside à Câmara de Abrantes, disse que aquela entidade vai «iniciar os procedimentos e recolha da informação ao nível dos cuidados hospitalares, primários e continuados, com a ambição da execução de uma Carta de Saúde Regional», que abranja todo o território do Médio Tejo.

Em causa está a prestação dos cuidados de saúde na Região, tendo a autarca manifestado «forte preocupação pela degradação progressiva dos cuidados de saúde que hoje se verificam de forma acentuada», e onde cerca de 38 mil pessoas estão sem médico de família num universo de perto de 250 mil habitantes.

«A CIMTEJO está também bastante apreensiva e preocupada pelas insistentes notícias sobre a criação do agrupamento hospitalar do Ribatejo, com todas as consequências em termos da diminuição das valências médicas disponíveis no nosso território», destacou.

Céu Albuquerque disse ainda que a CIMTEJO «não quer andar a reboque de soluções conjunturais», tendo feito notar que aquela entidade vai começar a «estudar a fundo» a problemática da saúde no âmbito do Médio Tejo, com identificação das necessidades, de soluções articuladas, e com a quantidade de investimentos envolvidos na prestação de cuidados de saúde.

«Está a existir uma constante e rápida degradação das atividades de saúde pública e dos meios necessários ao exercício das competências da autoridade de saúde na área geográfica abrangida», sublinhou, destacando «uma boa oferta hospitalar e uma muito má oferta dos cuidados primários de saúde».

Deste modo, a presidente da CIMTEJO defendeu também a realização de estudos sobre as mais-valias da criação de uma Unidade Local de Saúde (ULS) no Médio Tejo, naquela que seria «uma única entidade pública empresarial dos hospitais e dos centros de saúde existentes na região» do Médio Tejo.

«Porque se constatam situações críticas, gravosas e problemáticas para a população em causa, parece pertinente e justificativa a necessidade de uma nova ponderação sobre a criação da ULS do Médio Tejo, com eventuais adaptações face às experiências já ocorridas em outros locais do país», notou.

Para a representante dos autarcas do Médio Tejo, a ULS poderá «ajudar a minimizar a degradação dos serviços» de saúde no Médio Tejo, «contribuir para a otimização da eficiência técnica das organizações de saúde na região, e melhorar os resultados de saúde» das respetivas populações.

A CIMTEJO integra os municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.