Mylan e Abbott alteram termos do acordo devido a mudanças do código tributário norte-americano 24 de outubro de 2014 A Mylan e a Abbott Laboratories confirmaram, junto da reguladora norte-americana Securities and Exchange Commission, que vão avançar com o acordo relativo aos genéricos de marca, avaliado em 5,3 mil milhões de dólares, embora tenham alterado os termos da transação. Segundo o “FirstWord”, a Mylan, que vai adquirir o negócio de genéricos de marca da Abbott desenvolvido em mercados fora dos Estados Unidos, realçou que os termos foram alterados de modo a incluir melhores condições ao nível dos preços para a Mylan na unidade da Abbott. A empresa também referiu que a Mylan vai emitir 110 milhões de ações, mais 5 milhões do que estava definido pelos termos iniciais. Segundo os novos termos do acordo, que define que a Mylan vai alterar a sua sede para a Holanda, os acionistas da Abbott passam a deter uma participação de 22% da nova entidade, versus os 21% estabelecidos pelo acordo original. O anúncio das farmacêuticas vai ao encontro das novas regras propostas no mês passado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, concebidas para dificultar a concretização de acordos de inversão fiscal. A Mylan, que indicou que o acordo terá «um impacto imediato e significativo», disse que o negócio deverá estar fechado no primeiro semestre do próximo ano. Douglas Tsao, analista do Barclays, disse que a revisão dos termos do acordo confirma que a Mylan e a Abbott continuam empenhadas em avançar com o negócio. Comentando as notícias, Jeff Windau, analista da Edward Jones, disse que «a conclusão positiva é que a Abbott continua a planear concluir o acordo com a Mylan no primeiro trimestre de 2015, apesar da pressão relativa às inversões levada a cabo pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos e algumas desistências protagonizadas por outras empresas que estavam a negociar acordos de inversão fiscal». Windau realçou que «as mudanças (nas leis tributárias) realizadas pelo Departamento do Tesouro estão a fazer com que as empresas voltem a analisar os termos dos acordos e as ofertas deixam de ser tão favoráveis. Foi o que aconteceu aqui, tinha de haver alguns ajustes». No início desta semana, a AbbVie e a Shire anunciaram que tinham acordado pôr fim ao seu plano de fusão depois de o conselho de administração da AbbVie ter decidido não apoiar o negócio, devido às alterações do código tributário norte-americano. Para além disso, avançou-se que a Salix Pharmaceuticals está em conversações com a Actavis, após ter cancelado o acordo de inversão fiscal com a Cosmo Pharmaceuticals. |