“Não temos dados para concluir qual o motivo dos MNSRM serem mais caros nas Farmácias” 786

Um estudo revelado esta quinta-feira (15) pela Deco Proteste dá conta de que um conjunto de 26 medicamentos de venda livre é mais caro nas Farmácias do que em parafarmácias e hipermercados. No entanto, não dispõe de informação para justificar a disparidade no preço destes medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM).

“Não temos dados para concluir qual o motivo dos MNSRM serem mais caros nas Farmácias”, revelou ao Netfarma Susana Santos, coordenadora da área da Saúde da Deco, para reiterar que este estudo apenas se foca no preço dos medicamentos e não nas razões para os valores nas Farmácias, parafarmácias e hipermercados.

A responsável explica ainda que, ao se focar exclusivamente numa comparação de preços, o estudo também não aprofunda os motivos que levam a que haja diferenças de valores entre regiões do país, tal como não são retiradas conclusões “sobre o tipo de serviço, aconselhamento ou forma como é feito o aconselhamento”.

Contudo, Susana Santos lembra que, segundo o Infarmed, as Farmácias detém 78% do volume de mercado e clarifica que o estudo da Deco aborda valores médios. “Não significa que na farmácia X ou Y não seja mais barato que na parafarmácia, daí que a nossa recomendação é que o consumidor verifique os preços e pesquise”, conclui, para informar que, por exemplo, o preço médio do Thrombocid foi sempre mais barato nas Farmácias do que nos outros estabelecimentos analisados pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

No estudo revelado esta quinta-feira, o consumidor foi informado de que a diferença de preço entre Farmácias e parafarmácias e hipermercados pode chegar aos 14%. A DECO acrescenta ainda que desde que os MNSRM deixaram de ser vendidos exclusivamente nas farmácias, o preço deixou de ser fixado pelo Estado, e “a diferença de preços entre as grandes superfícies e as farmácias tem sido constante”, dando exemplos com alguns dos medicamentos mais vendidos em Portugal, nomeadamente Ben-u-ron, Daflon ou Voltaren, que estão entre os 26 fármacos que compõem a amostra do estudo.

MNSRM mais caros nas farmácias? Ema Paulino diz que estudo da DECO tem “pressupostos errados”

Ao Netfarma, a presidente da Associação Nacional das Farmácias, Ema Paulino, fala em “pressupostos errados” que podem “ter um impacto significativo na interpretação dos resultados”. “A DECO compara realidades que não podem, de modo algum, ser comparáveis, deixando de fora todo o serviço de intervenção em saúde associado a uma dispensa feita na farmácia, o qual não se encontra assegurado noutros locais de venda”, assegura.