Novartis: Novo tratamento para a insuficiência cardíaca pode prevenir uma em cada cinco mortes 694

Novartis: Novo tratamento para a insuficiência cardíaca pode prevenir uma em cada cinco mortes

03 de setembro de 2014

No decorrer do Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, a Novartis anunciou os resultados do estudo PARADIGM–HF, o maior ensaio clínico alguma vez realizado em pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca.

 

O PARADIGM-HF avaliou a eficácia e segurança do LCZ696, um fármaco em investigação e o primeiro de uma nova classe que atua em múltiplas vias dos sistemas neurohormonais do coração.

 

Cerca de 26 milhões de pessoas vivem com insuficiência cardíaca (IC) na Europa e EUA, com um elevado risco de morte e baixa qualidade de vida. A doença é um elevado fardo para a economia mundial, custando mais de 81 mil milhões de euros/ano, valor que se poderá duplicar em 2030.

 

Os dados agora publicados no “The New England Journal of Medicine” revelam que o LCZ696 reduziu o risco de morte por causas cardiovasculares em 20%; o número de hospitalizações por insuficiência cardíaca em 21% e o risco de morte por todas as causas em 16%, salientou uma nota.

 

O coordenador nacional do estudo PARADIGM-HF, Silva Cardoso, do Hospital de São João, considerou que «este estudo, que comparou uma nova terapêutica com o tratamento standard, revelou-se plenamente positivo e é suscetível de alterar o paradigma vigente do tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção deteriorada».

 

Cândida Fonseca, do Hospital São Francisco Xavier, investigadora do estudo, considera que «no contexto da terapêutica da IC com fração de ejeção reduzida, uma polifarmácia de difícil adesão para os doentes, os resultados deste estudo são impressionantes quanto à eficácia na redução da mortalidade, não só cardiovascular como por todas as causas, e da re-hospitalizacao por IC, bem como na demonstração da segurança nos vários sub-grupos de doentes e contextos da doença (co-morbilidades)». Acrescentou também que «de suma importância é ainda o facto de não se tratar de adicionar mais um fármaco à terapêutica convencional da IC com fração de ejeção reduzida, mas sim de uma proposta de substituição de IECA/ARA (pedra basilar da terapêutica atual) por um só fármaco com duplo mecanismo de ação e mais-valias comprovadas».

 

O LCZ696 é o primeiro fármaco de uma nova classe com um mecanismo de ação único e que se julga ser capaz de reduzir a sobrecarga do coração em falência. Atua aumentando os efeitos protetores do sistema neurohormonal cardíaco (o sistema NP, péptidos natriuréticos) enquanto suprime simultaneamente o sistema prejudicial (o sistema renina-angiotensina-aldosterona, SRAA). 

 

Os fármacos disponíveis para o tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida apenas atuam pelo bloqueio dos efeitos prejudiciais. Apesar das terapêuticas disponíveis, a mortalidade permanece muito elevada com mais de 50% dos doentes a não sobreviver nos 5 anos após o diagnóstico de insuficiência cardíaca.