Novas vacinas no PNV representam custo de 15 milhões de euros 2382

Os relatórios das vacinas a serem incluídas no Plano Nacional de Vacinação (PNV) vão ser entregues à tutela em breve, garantiu a diretora-geral da Saúde ontem no Parlamento, que teceu algumas críticas sobre esta inclusão.

A inclusão das vacinas contra a meningite B, rotavírus e vírus do papiloma humano (HPV) para homens no PNV deverá representar um custo anual de cerca de 15 milhões de euros. As contas foram indicadas pela DGS, Graça Freitas, na audição de ontem na Comissão Parlamentar de Saúde, pedida pelo PSD, avança o jornal “I” em notícia.
A responsável deixou a garantia de que «dentro de muito poucos dias, semanas no máximo, a DGS submeterá à tutela informação sobre as várias opções de vacinação e as respetivas estratégias, de acordo com a melhor evidência científica disponível». No momento, a comissão técnica de vacinação já procedeu à entrega do relatório referente à vacina contra o HPV para os homens, ficando em falta os relatórios das restantes duas vacinas.

A fonte relembra que a inclusão das três novas vacinas no Plano Nacional de Vacinação, foi aprovada em novembro de 2018 pelo Parlamento, na especialidade do Orçamento do Estado. Na altura Graça Freitas expressou a sua preocupação em conferência de imprensa: «Pode acontecer que se abra um precedente num assunto que é do foro da prescrição médica e da prescrição da saúde», expressou.

Para a diretora-geral de Saúde, a intenção da comissão de Saúde foi positiva, mas Graça Freitas lamentou que a DGS não tivesse sido ouvida. «A comissão de saúde ouviu e bem a indústria farmacêutica e outras entidades a respeito, mas eu gostaria que também tivesse ouvido a DGS e a comissão técnica da vacinação e tivesse tido em conta os vários pareceres que a DGS mandou ao longo dos anos para o Parlamento», destacou.

Durante a audição desta terça-feira, Graça Freitas informou que as vacinas em causa têm limitações: «Se todas estas vacinas fossem boas nós não teríamos dúvida nenhuma em lutar e vir pedir aqui a esta Assembleia que lutasse connosco», e continuou a esclarece que ao vacinar-se «grandes grupos de pessoas» muda-se «a dinâmica das doenças».

Especificamente a vacina contra a meningite B é administrada em grupos de risco mas tem várias limitações, sendo o seu conteúdo uma delas. «A concordância estimada da vacina com as estirpes circulantes em Portugal é de 67.9, o que não é uma boa concordância», explicou a diretora-geral, fundamentando que «até à data, não há nada que evidencie que esta vacina influencie o estado do portador». Relativamente à vacina contra o rotavírus diz ser semelhante pois, a propagação da doença por cá e nos países desenvolvidos não é relevante. Quanto à vacina contra o HPV, «não se pode ter expectativas de que a vacina pode fazer milagres nos rapazes. Faz milagres para o cancro do colo do útero nas raparigas. Isto tem que ser dito, independentemente das decisões que forem tomadas», adverte.