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Novo medicamento para o melanoma avançado

24 de julho de 2015

 

Um novo fármaco para o melanoma em estado avançado, o tipo de cancro da pele mais agressivo e letal associado à exposição solar, acaba de ser aprovado pela Comissão Europeia, noticia o “Público”. Na área da imunoterapia, o pembrolizumab surge agora como mais uma alternativa à quimioterapia, conseguindo prolongar a vida dos doentes.

 

«Os resultados apontam para uma taxa de sobrevida de 50 a 60%, em três anos de ensaios clínicos para o melanoma em estado avançado», diz Bruno Silva Santos, vice-director do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa e investigador na área da imunoterapia, adiantando que «antes de surgir este novo tratamento, um doente diagnosticado com melanoma em estado avançado tinha uma sentença de morte em seis meses; a quimioterapia ou a radioterapia não são eficazes nestas situações».

 

A nova terapêutica é menos tóxicapara o organismo do que a quimioterapia, o que se traduz numa melhor qualidade de vida do doente. «A quimioterapia mata as células más, mas destrói também as células boas», explicou ao “Público” Ana Castro, médica oncologista do Hospital de Santo António, no Porto, envolvida nos ensaios clínicos do pembrolizumab. «O que a imunoterapia faz é estimular o nosso próprio sistema imunitário a combater a doença».

 

O fármaco, comercializado pela Merck Sharp & Dohme, tem sido testado em doentes portugueses, com a aprovação da Infarmed, em diferentes hospitais do país. Além do melanoma, estão também a ser feitos ensaios clínicos noutros cancros, como o do pulmão, os da cabeça e pescoço e da bexiga. 

 

«Para o cancro do pulmão, os resultados são já bastante positivos e esperamos que a aprovação do medicamento para este tipo de cancro saia no início do próximo ano», conclui Ana Castro.