O Prémio Bial de Medicina Clínica 2018 será entregue hoje ao médico Mário Dinis Ribeiro, que defende a realização de uma endoscopia digestiva alta em simultâneo com o rastreio do cancro colorretal para prevenir cancros.
«A relação custo-eficácia significa que vamos gastar agora para poupar no futuro», explicou o médico à agência “Lusa”. O premiado é diretor do Serviço de Gastrenterologia no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e defende que dar ao utente a possibilidade de fazer uma endoscopia enquanto faz o rastreio do cancro colorretal, significa proporcionar-lhe um «momento único» de rastreio ao tubo digestivo e a possibilidade de detetar lesões precoces.
Mário Dinis Ribeiro alerta que se nada for feito no que diz respeito ao diagnóstico precoce, a morte por este tipo de cancro continuará «elevadíssima», estimando-se diagnósticos diários de dezenas de pessoas entre 2035/2040, acrescentando ainda que nas próximas décadas o número vai aumentar devido ao envelhecimento da população.
«A deteção de lesões precoces vai permitir reduzir as mortes por cancro gástrico, não de todos os casos, como é óbvio», explica à fonte. O médico adiantou que em 2016 as mortes por cancro gástrico corresponderam a três quartos dos acidentes de viação ou a nove vezes os doentes que morrem com sida.
O premiado ressaltou que para reduzir a mortalidade por cancro gástrico em Portugal deve-se promover uma redução efetiva do hábito tabágico, promover a erradicação da bactéria Helicobacter pylori – se presente -, mas essencialmente promover o diagnóstico precoce.
A entrega do prémio, no valor de 100 mil euros, decorre às 16:00, no Porto, e será entregue pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo Sousa.