Novo sistema permite pré-análise de doentes e diminui tempo de espera nos centros de saúde 19 de Agosto de 2016 Investigadores do Porto desenvolveram um sistema integrado para medição e avaliação de parâmetros associados à saúde, que permite uma pré-análise e aconselhamento, diminuindo o tempo de espera nos centros de saúde e o auxílio prestado aos pacientes. Alertar para a toma da medicação, dar instruções audiovisuais para a sua administração, marcação de consultas e repetição de análises são outras das funcionalidades do sistema, ao qual podem ser inseridos mais sensores. Este sistema «retira dos centros e das urgências hospitalares um número significativo de utentes, que podem ser diagnosticados, seguidos e auxiliados nas suas residências», indicou à “Lusa” um dos responsáveis pelo projeto, Vítor Hugo. O RUDAC – Unidade Remota de Análise e Controlo, tal como foi concebido, permite, por exemplo, avaliar o nível de glicose, determinar a tensão arterial, medir a temperatura e o pH da saliva e da urina e analisar a retina. Não substituindo as análises de laboratório, «tem por princípio o conceito de triagem, com aconselhamento imediato, audiovisual, por um profissional de saúde que, mesmo fisicamente afastado, pode recomendar procedimentos», explicou o investigador. «Um clínico que presta apoio domiciliário e que não pode estar permanentemente com o doente, tendo um aparelho deste género, consegue programar o tempo de recolha dos dados do paciente, que lhe são enviados, e, através de um computador ou de um smartphone, analisá-los, podendo dar indicações ao paciente, mesmo à distância». Além disso, e «mais importante», é útil para as pessoas que vivem isoladas em locais remotos, onde não existem médicos ou centros de auxílio disponíveis, e para pessoas com dificuldade de locomoção, que podem utilizar o equipamento em casa e partilhar a informação com o seu médico. O facto de permitir uma comunicação bidirecional, possibilita uma troca de informações entre o clínico ou familiar e o paciente, bem como a transferência do contacto diretamente para o 112, caso o médico não esteja disponível naquele momento ou a situação seja urgente. A ideia para a criação do sistema surgiu a partir das constantes notícias sobre a «falta de profissionais de saúde nos respetivos centros», as «longas e indetermináveis filas para obtenção de consultas» e as «urgências sem capacidade de intervir em casos considerados graves», devido ao excessivo número de utentes. Neste projeto, juntamente com Vítor Hugo, fazem parte o investigador Alexandre Riera, antigo aluno do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), e o consultor económico e financeiro José Braga. Segundo o consultor, a fase seguinte é a produção do equipamento, visto que o sistema está todo testado, sendo necessário um «investimento externo para produzir o equipamento ou alterar algum já existente, e que o faça expandir». |