A resistência a antibióticos é a principal ameaça à Saúde Pública em todo o mundo. Tendo vindo a aumentar e está associada ao uso excessivo e inadequado de antibióticos, ao não cumprimento do tratamento e ao uso de agentes com menor atividade bactericida2.
Com o surgimento e a transmissão de novas resistências, os doentes acabam por permanecer infetados por mais tempo, aumentando o risco de transmissão do microrganismo resistente. Além disso, a resistência aos antibióticos compromete os tratamentos disponíveis e dificulta o sucesso de outros procedimentos como transplantes, cirurgias e quimioterapia.
Segundo a Dr.ª Cristina Claro, especialista em Dermatologia Pediátrica no CHLO – Hospital Egas Moniz, “ao mesmo tempo que é fundamental educar para o uso responsável e adequado de antibióticos, é também crucial apoiar e contribuir para o desenvolvimento de novos antibióticos orais e tópicos, para garantir o sucesso do tratamento e prevenir a resistência antimicrobiana”.
A resistência antimicrobiana é também responsável pelo aumento dos custos de saúde, já que doenças prolongadas exigem mais gastos com tratamentos, acompanhamento médico, aumento do número de consultas médicas, internamento, etc. Quando o microrganismo se torna resistente à primeira linha de tratamento, também outros costumam ser mais dispendiosos.
A resistência aos antibióticos e a elevada carga bacteriana são os fatores que tornam S. aureus um agente patogénico perigoso. Cerca de 90% das infeções adquiridas na comunidade por MRSA (Methicillin Resistant Staphylococcus aureus – Staphilococcus Aureus Resistente à Meticilina) apresentam-se como infeções de pele e tecidos moles. Os doentes infetados com MRSA apresentam 64% mais probabilidade de ter complicações do que aqueles infetados com as formas não resistentes.
“O sucesso futuro da terapêutica antibacteriana oral e tópica pode depender de novas classes com baixo potencial para induzir ou selecionar resistência”, acrescenta a referida especialista.
As novas classes farmacológicas de antibióticos tópicos têm menor capacidade para induzir ou selecionar resistências, isto é, alta atividade antimicrobiana bactericida, duplo mecanismo de ação, captação intrabacteriana rápida, concentração acima de MPC e não são afetadas por bombas de efluxo.
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), na Europa, um em cada 3 doentes recebe, pelo menos, um antibiótico por dia. Parte desse uso, refere o ECDC, pode ser desnecessário e o seu uso aumenta a resistência aos antimicrobianos.