Núcleos de saúde familiar implementados nos Açores até final do ano 17 de Agosto de 2015 O secretário da Saúde dos Açores afirmou que, até ao final do ano, deverão estar implementados mais de uma centena de núcleos de saúde familiar nas ilhas, para permitir maior proximidade entre utentes e profissionais de saúde.
«Na segunda-feira irá ser publicado o despacho que irá permitir a implementação destes núcleos de saúde familiar na região, com o objetivo de, até ao final do ano, esse processo estar devidamente concluído», referiu Luís Cabral, à “Lusa”, após uma visita ao Centro de Saúde da Ribeira Grande, na ilha de S. Miguel.
De acordo com o governante, serão constituídos no total 165 ou 166 núcleos de saúde familiar na região, organismos compostos por médicos, enfermeiros e administrativos de família, permitindo introduzir uma «nova filosofia e maior personalização nos cuidados de saúde primários» no arquipélago.
«Ao contrário do que temos vindo a assistir no continente, em que se está a tentar aumentar o número de utentes por médico de família, aquilo que nós pretendemos é que cada núcleo de família familiar tenha 1.500 utentes, ou seja abaixo dos 1.900 utentes que neste momento um médico com 40 horas [de trabalho por semana] vai assistir», afirmou Luís Cabral, admitindo que este objetivo não será de alcance imediato, sobretudo nas ilhas Terceira e S. Miguel, onde há mais falta de médicos de família.
Segundo disse Luís Cabral, é previsível que, «até ao final de 2016», a Terceira tenha uma cobertura total das suas necessidades em termos de médicos de família e S. Miguel só deverá colmatar esta lacuna «no limite em 2017.
O governante recordou que já anunciou para este ano a contratação de mais 150 enfermeiros e ainda esta semana foi publicado em Jornal Oficial a abertura de concurso para um total de 123 médicos.
Quanto aos administrativos, «serão contratados os que forem necessários para garantir que cada núcleo de saúde familiar fique completo», disse.
«As unidades de saúde (de cada ilha) irão informar cada utente do nome do seu médico, caso já o tenha atribuído, nome do enfermeiro de família e o nome do administrativo de família, bem como dos contactos para chegar à proximidade de cada um destes profissionais», disse Luís Cabral, acrescentando que caso o utente queira marcar uma consulta já não precisa de ligar para o número geral do Centro de Saúde, mas sim diretamente para o seu administrativo de família, que fará depois o agendamento da consulta.
Quantos os utentes sem médico de família, o secretário regional da Saúde garantiu que serão agrupados também nos núcleos de saúde familiar, sendo que lhes será automaticamente atribuído um enfermeiro e administrativo.
Luís Cabral explicou que, enquanto não se resolver nos Açores a falta de médicos de família, os enfermeiros e administrativos do núcleo de saúde de família do utente sem médico irão socorrer-se das consultas de atendimento complementar existentes em cada Centro de Saúde, sendo que o Governo também está a trabalhar para que «os atuais médicos de família possam dar um apoio adicional, assumindo a gestão de mais alguns núcleos até se colmatar a falta dos médicos de família na região». |