Nos dias 25 e 26 de outubro, decorreu na Secção Regional do Norte da Ordem dos Farmacêuticos o XXIII Fórum Educacional, com o mote central “O Farmacêutico do Futuro: Horizontes por Desvendar”.
Este evento, de forte componente histórica para a Federação, tem como objetivo promover o espírito crítico e a inovação entre os estudantes do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, através da dinamização de momentos de discussão focados, a cada ano, em tópicos de relevância para o Setor. Os estudantes são desafiados a refletir sobre o presente da profissão e a propor soluções para os desafios futuros, contribuindo assim para o contínuo desenvolvimento e evolução da área farmacêutica.
O XXIII Fórum Educacional teve como foco a potencialidade da Farmácia Comunitária e o papel fundamental do farmacêutico no seu crescimento e evolução. Considerando que a Farmácia Comunitária representa uma das áreas mais dinâmicas da profissão, é crucial que, desde a formação académica, se incentive o desenvolvimento do espírito inovador neste contexto.
Formação e Competências para o Futuro
No âmbito académico, os estudantes destacaram a importância de reforçar a transmissão de conhecimentos nas áreas de Indicação Farmacêutica, Cuidados Farmacêuticos e Comunicação com o utente. A capacitação nessas competências é vista como essencial para o farmacêutico desempenhar um papel ativo e qualificado na prática comunitária.
Aposta em Serviços Farmacêuticos Diferenciados
Em relação à Farmácia Comunitária, há uma necessidade crescente de aposta nos Serviços Farmacêuticos diferenciados, que permitem a cada farmácia destacar-se e, ao mesmo tempo, fortalecer a rede de farmácias de forma eficaz. A implementação desses serviços, especialmente no contexto da intervenção farmacêutica em situações clínicas ligeiras, tem múltiplos benefícios: proporciona uma poupança ao Serviço Nacional de Saúde e ao utente, previne o agravamento de condições clínicas e aumenta a visibilidade do farmacêutico como um profissional de saúde essencial. No entanto, para que essas intervenções sejam eficazes, é crucial que haja uma melhor articulação e comunicação entre médicos e farmacêuticos, garantindo um acompanhamento integrado e contínuo das condições clínicas dos utentes.
Farmacêutico: Agente de Saúde Pública
Adicionalmente, o farmacêutico assume um papel significativo como agente de Saúde Pública. Devido ao seu acesso direto à comunidade, o farmacêutico tem a capacidade de ser transmissor de informações de saúde e contribuir para a promoção da Literacia em Saúde da população. As Farmácias Comunitárias podem, ainda, desempenhar um papel importante na promoção de iniciativas de saúde, como seminários e workshops sobre temas específicos, que agregam valor à comunidade e fortalecem a posição da farmácia como um centro de saúde integral.
Esse conjunto de ações reflete o potencial da Farmácia Comunitária para se posicionar como um eixo central na prestação de cuidados de saúde de qualidade, destacando-se não apenas pela sua proximidade, mas também pela sua capacidade de inovar e contribuir para a saúde pública.
Associativismo: Uma Ferramenta de Crescimento Profissional
Ainda, um ponto crucial abordado foi a importância do associativismo no contexto da Farmácia Comunitária. O Associativismo, não só proporciona uma visão abrangente do Setor Farmacêutico, como também promove o espírito crítico dos jovens, estimulando uma reflexão contínua sobre os desafios e as oportunidades da profissão. Além disso, permite a formalização de perspetiva a longo prazo sobre a evolução da Farmácia Comunitária, ao facilitar o contacto com a realidade profissional, tanto nacional como internacional, possibilitando a troca de melhores práticas e experiências
O intercâmbio de conhecimento e boas práticas é crucial para a formulação de uma visão estratégica e inovadora, essencial para o fortalecimento e modernização do Setor Farmacêutico, alinhando-o tanto às tendências globais quanto às necessidades emergentes da sociedade.
A participação ativa dos estudantes em eventos como o Fórum Educacional é crucial para o desenvolvimento da Farmácia Comunitária e para o futuro da profissão farmacêutica. Envolver-se nestas iniciativas permite não só contribuir para a inovação no Setor, mas também fortalecer a evolução da Farmácia como um pilar essencial dos cuidados de saúde.
Maria Rita Fonseca
Presidente da Direção da Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia