“O networking foi praticamente inexistente nestes 2 anos” 701

No próximo dia 2 de junho, o Rethinking Pharma volta ao formato presencial, no Centro de Congressos TagusPark, em Oeiras, com organização da By Vinko e da Pharmaplanet, tendo como parceiro de comunicação a Revista Marketing Farmacêutico.

O Netfarma.pt foi falar com Paula Costa, da ByVinko, para saber mais sobre este regresso ao formato presencial.

NETFARMA – Depois de dois anos em formato online, o Rethinking Pharma volta ao formato presencial. O networking foi prejudicado por este novo formato imposto pela pandemia?

Paula Costa – Foi! Uma das imposições da pandemia foram os eventos online que, para além de serem mais impessoais, transformam completamente um dos grandes objetivos deste evento: o nertworking. É verdade que as pessoas podem comunicar por chat e, em alguns eventos com formato digital mais evoluído, podemos também criar espaços de networking, coffee breaks, … tudo o que a tecnologia hoje em dia permite.
No entanto, nada substitui uma troca de olhares, um cumprimento personalizado, um sorriso que desbloqueia qualquer tema ou ajuda a interagir com pessoas que não conhecemos pessoalmente. Portanto, podemos afirmar que o networking foi praticamente inexistente nestes 2 anos de formato online, tendo um dos grandes objetivos do evento ficado por cumprir.

– O formato híbrido não foi uma das vossas opções. Porquê?

Sempre tivemos dois objetivos com o Rethinking Pharma: o networking e a partilha de reflexões e boas práticas que deem resposta aos desafios do momento. Nos 2 últimos anos, não estávamos em condições de criar o necessário engagement dos profissionais da indústria farmacêutica para um modelo que apenas permitiria cumprir em parte um dos objetivos. Assim, optámos por ter um modelo que cobrisse o objetivo da reflexão, aprofundando os temas que eram prementes no momento: como vai a IF adaptar-se à nova realidade e como criar novas formas de contacto com os clientes.

– Um dos temas é “Os novos Modelos de Negócio considerando as formas de contacto e de interação com os clientes”. Adaptar os contactos e a interação pós-pandemia deve continuar a ser uma aposta em termos futuros ou iremos regressar a formas cada vez mais presenciais?

Não me cabe antecipar o resultado das reflexões que iremos ter nestas mesas mas, seguramente, não voltaremos ao passado ainda que recente. É importante perceber como mudámos todos neste 2 últimos anos (empresas, médicos, instituições, farmácias, consumidor) e que criámos novas formas de comunicar e de ver o negócio. O que nos parece fundamental é perceber as tendências olhando para mercados internacionais e para outras áreas de negócio que inovaram com impacto muito positivo nos resultados e perceber se, e como, podemos adaptar o nosso modelo de negócio, com as nossas competências e pontos diferenciadores, para criarmos mais valor com esta mudança.

– O novo consumidor, os novos clientes e os novos canais pressupõem grandes mudanças nos processos e nas cadeias de valor?

Sem dúvida. Se não percebermos isto seremos rapidamente espectadores de um novo mundo, sem lugar na linha dos protagonistas, como a IF sempre esteve. O ritmo das mudanças e a complexidade dos desafios atuais são novos para a indústria farmacêutica e estão a aumentar a sua capacidade de transformar a ciência em realidade. Perante tão impactantes e rápidos desafios, é critico debater estes temas e fazer pontes para o desenvolvimento do sector no presente e futuro.

– Outro dos temas a abordar no evento são os novos modelos de trabalho. Quais considera que são as grandes tendências a nível das empresas e colaboradores?

Debatemo-nos com algumas realidades diferentes de empresas que retomaram, em parte, a atividade nas empresas, num modelo híbrido que acompanha as preferências dos colaboradores e a gestão das empresas, criando ilusoriamente uma maior “life balance” que não é transversal a todas as empresas.
Para este tema, teremos duas abordagens diferentes: uma baseada no estudo e na investigação dos modelos internacionais e em surveys de países com culturas distintas e na forma como os novos modelos de trabalho têm impactado os resultados das empresas; outra baseada na nossa realidade e nos nossos gestores (o que procuram, que equipas pretendem formar no futuro próximo e como veem a gestão a curto/médio prazo.