Observatório Europeu da Droga: Antídoto para a overdose deve chegar às populações de risco 19 de Janeiro de 2016 O Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA) defende que deve ser dada às populações de risco um antídoto que reverte a paragem respiratória, em caso de overdose por drogas como a heroína. Esta medida poderia evitar entre 6 a 8 mil mortes por ano na Europa. O antídoto, denominado naloxona, já é distribuído em alguns países, mas apenas em experiências-piloto. Em Portugal, onde anualmente morrem 14 pessoas por overdose, apenas as equipas de emergência médica têm acesso a esta substância. No relatório “Prevenção de mortes por overdose de opiáceos com naloxona para utilização no domicílio”, o observatório europeu analisa a necessidade de haver uma maior disponibilidade deste medicamento junto das populações de risco, bem como as vantagens de treinar essa população para administrar o medicamento. Um problema que tem impedido a maior disponibilidade deste fármaco «é a validade das ampolas, que é bastante curta», acrescenta João Goulão, presidente do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD). Outro é a capacidade que as testemunhas de overdose têm para administrar a naloxona, uma vez que esta apenas está disponível na versão injetável. Porém, vai começar a ser testada nos EUA uma versão inalável que promete facilitar a administração e melhorar a segurança de todos os envolvidos. Em Portugal, João Goulão, admite que o problema não é dramático, mas admite a possibilidade de tornar a naloxona acessível à população de risco, uma vez que «se há uma solução para salvar vidas é sempre positivo utilizá-la», avançou o “DN”. |