OCDE recomenda mudanças no fabrico e prescrição de medicamentos 1275

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) emitiu uma recomendação relativamente a mudanças no fabrico e prescrição de medicamentos para tentar controlar a disseminação de fármacos nas águas residuais, que têm efeitos negativos para o ambiente e para a saúde.

No relatório publicado, a OCDE indica haver “uma preocupação ambiental crescente”, especialmente quando se pensa que “cerca de dois mil ingredientes farmacêuticos ativos são administrados em todo o mundo em medicamentos de receita médica, de venda livre ou em medicamentos veterinários”.

Os resíduos dos medicamentos vão parar às águas superficiais e subterrâneas e acabam no solo, na água potável e na cadeia alimentar, por causa de “águas residuais domésticas não tratadas e efluentes de estações de tratamento de águas residuais municipais”.

“A utilização excessiva e libertação de antibióticos na água agrava o problema da resistência microbiana, declarada pela Organização Mundial de Saúde como uma crise de saúde global e urgente, que se prevê vir a causar mais mortes do que o cancro em 2050”, refere o comunicado da OCDE.

A OCDE recomenda critérios ambientais mais apertados nas autorizações dadas a medicamentos de alto risco ambiental, planos de segurança da água para consumo humano que incluam o controlo da presença de fármacos e mecanismos de deteção na água para prevenir contaminações.

No relatório recomenda-se a restrição do uso de hormonas de crescimento na criação de gado e aquacultura e combate à venda ilegal de medicamentos e à automedicação com farmacêuticos de elevado risco ambiental, como antibióticos e outros que agem no sistema endócrino.

A OCDE defende ainda que deve ser garantida “a recolha apropriada de resíduos de medicamentos”, abordando profissionais de saúde, veterinários, consumidores e agricultores.