A Ordem dos Farmacêuticos (OF), divulgou no seu portal, um apelo, não só aos agentes mas a todos os portugueses, “na gestão e uso responsável dos medicamentos durante o atual contexto da de pandemia de covid-19, como forma de prevenir problemas na disponibilidade dos medicamentos a médio e longo prazo”.
Este pedido da OF e dos demais parceiros do setor farmacêutico tem como intuito garantir que não faltem medicamentos.
“Queremos garantir aos portugueses que os medicamentos de que precisam para viver nunca vão faltar”, indica a bastonária, Ana Paula Martins.
“Já existem relatos da falta de alguns medicamentos”, e a bastonária considera que chegou a hora de todos assumirem o “compromisso com uma gestão mais criteriosa dos medicamentos, dos prescritores aos cidadãos, passando naturalmente pelos farmacêuticos”.
“O período pandémico que o País enfrenta requer uma responsabilização acrescida na aquisição de medicamentos, para que não venham a faltar medicamentos a quem deles precisa para viver”, defende Ana Paula Martins.
A bastonária pede que também os farmacêuticos promovam “uma adequação das quantidades dispensadas aos utentes, em função da sintomatologia do caso concreto, da posologia e do tempo previsível de toma do medicamento. Devem assegurar o cumprimento do plano terapêutico, sem que para tal seja necessário dispensar quantidades excessivas da mesma substância ativa em simultâneo”, indica a OF no portal.
A bastonária reconhece o esforço dos operadores do circuito do medicamento para “responder a inúmeras solicitações” e “garantir a distribuição de medicamentos em todo o território nacional, incluindo as regiões autónomas”.
Mas não é só a falta de medicamentos que preocupa Ana Paula Martins. A bastonária está preocupada também com a falta de equipamentos de proteção.
“Estamos numa situação muito difícil nas farmácias, a ficar sem máscaras, sem desinfetantes, sem luvas. Já há farmácias a vender pelos postigos”, refere.
“O Governo está a comprar materiais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e não se pode esquecer das farmácias. Temos de ter proteção. Quando as máscaras aparecerem, têm [as farmácias] que ser contempladas ou algumas podem fechar”, sublinhou Ana Paula Martins.
Estas preocupações são partilhadas pelas Ordens dos Médicos e dos Médicos Dentistas, a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (Apogen), Associação dos Distribuidores Farmacêuticos (Adifa), Associação de Grossistas de Produtos Químicos e Farmacêuticos (Groquifar), Associação Portuguesa de Importadores e Exportadores de Medicamentos (APIEM), Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Associação Nacional das Farmácias (ANF) e Associação de Farmácias de Portugal (AFP).
Todas estas entidades, assim como os fabricantes, titulares de Autorizações de Introdução no Mercado (AIM) e distribuidores por grosso assumem “uma séria preocupação com o abastecimento do mercado nacional e uma gestão criteriosa dos seus stocks”.
A Ordem conclui o seu comunicado com um apelo aos portugueses, “solicitando aos cidadãos que só se desloquem às suas farmácias em caso de absoluta necessidade”.