A Ordem dos Farmacêuticos (OF) defende que o plano de vacinação outono-inverno 2022-2023 contra a covid-19 deveria “oferecer uma visão mais abrangente sobre uma resposta global e integrada do sistema de saúde”.
“A OF entende que o documento deveria oferecer uma visão mais abrangente sobre uma resposta global e integrada do sistema de saúde aos constrangimentos previsíveis durante o período do outono-inverno, como o aumento da procura por serviços de saúde e da indisponibilidade de recursos humanos”, explica a instituição.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) apresentou as linhas gerais da campanha de vacinação do outono-inverno contra a COVID-19 e gripe sazonal, que se inicia esta quarta-feira, dia 7 de setembro. A OF informa que, no mês passado, enviou à entidade de saúde um conjunto de linhas orientadoras, reforçando que os “desafios da Saúde neste outono-inverno não estão circunscritos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)” e que deve ser “acautelada uma resposta nacional e centrada nas pessoas”.
“As linhas orientadoras estão focadas no SNS e não nas pessoas”, referiu a OF em comunicado. “Todos não são demais para o desafio que o SNS enfrentará, particularmente, nesta época, pelo que não deve ser ignorado o potencial da rede de outros prestadores de cuidados de saúde que não integram o SNS”, continua. “Os farmacêuticos, em diferentes níveis de cuidados, quer seja no setor público, no setor social ou no setor privado, são parte integrante dos processos assistenciais e de suporte, acrescentando valor para a pessoa, para os processos, para o sistema e para a sociedade”, acrescenta ainda.
A Ordem destaca o “papel das farmácias comunitárias, laboratórios de proximidade e distribuição farmacêutica nas várias dimensões do plano (vacinação, testagem, comunicação à população, etc.) como estruturas complementares dos cuidados de saúde primários e hospitalares, que demostraram ser fundamentais em anos anteriores, tanto na gripe como, mais recentemente na COVID-19″.
Defende a continuidade do programa Vacinação SNS Local e vacinação de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, sem necessidade de apresentação de receita médica, à semelhança do que aconteceu no ano passado, com resultados evidentes para o aumento da cobertura vacinal.
A OF “insiste ainda na obrigatoriedade da utilização de máscara ou viseira nas farmácias comunitárias, à semelhança do que acontece em todos os restantes estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde”. “Os farmacêuticos, a par de outros profissionais com atividades assistenciais fora do SNS, apresentam maior probabilidade de exposição aos vírus, podendo-se tornar, também eles, fonte de contágio e transmissão do vírus, razão pela qual devem também estar incluídos na lista de grupos prioritários para vacinação”, lê-se ainda.
É ainda sublinhada “a urgência na definição de um modelo complementar de dispensa em proximidade dos medicamentos hospitalares, sobretudo os medicamentos disponíveis para COVID-19 ligeira-a-moderada, através da rede de farmácias comunitárias”. A OF insiste “na necessidade de consolidar mecanismos para a renovação da terapêutica crónica, por farmacêuticos, de forma protocolada, permitindo libertar os médicos dos cuidados de saúde primários de procedimentos burocráticos e morosos e melhorar a adesão à terapêutica”.