OF envia parecer sobre plano para doenças raras a coordenadora de Grupo de Trabalho Intersetorial 74

A Ordem dos Farmacêuticos (OF) considera que os farmacêuticos são um recurso fundamental para o cumprimento dos objetivos propostos no plano Ação Para as Doenças Raras: da estratégia à Pessoa 2025-2030. Apesar de o documento incluir o farmacêutico como parte da equipa multidisciplinar, a Ordem considera relevante a especificação sobre o contributo que pode proporcionar no âmbito das doenças raras.

Deste modo, a OF enviou à coordenadora do Grupo de Trabalho Intersetorial criado pelo Ministério da Saúde para as Doenças Raras, Maria do Céu Machado, o seu parecer sobre o plano, que esteve em consulta pública e dá continuidade ao Programa Nacional para a Doença Rara 2008-2015 e à Estratégia Integrada para as Doenças Raras 2015-2020.

 

O que defende a OF

A OF destaca a qualidade da formação pré-graduada e a diferenciação e especialização pós-graduada dos farmacêuticos e “adicionalmente, a sua acessibilidade, proximidade e a confiança que a população neles deposita, confere-lhes caraterísticas únicas para intervirem junto dos cidadãos, com e sem doença rara”.
A Ordem destaca ainda a cobertura abrangente da rede de farmácias comunitárias no território nacional, com “profissionais farmacêuticos altamente capacitados” e “instalações e meios tecnológicos e digitais que possibilitam cuidados de saúde diferenciados”.

 

Farmacêuticos especialistas em Genética Humana

Segundo a OF, estes podem contribuir para o diagnóstico mais atempado de doenças raras e participar na definição da abordagem terapêutica, numa perspetiva de medicina personalizada e de precisão, com integração da genómica e a da farmacogenómica na otimização do tratamento.

Farmacêuticos hospitalares

Em contexto hospitalar, os farmacêuticos que integram os Serviços Farmacêuticos Hospitalares estão “envolvidos na dispensa e na informação ao doente e cuidadores sobre medicamentos, órfãos ou não, utilizados no tratamento ou alívio sintomático da doença rara, monitorizando a efetividade e segurança e promovendo a adesão ao tratamento”, sublinha a OF.

Os farmacêuticos hospitalares integram também “as equipas responsáveis pelos ensaios clínicos desenvolvidos nos centros de investigação e nas unidades de prestação de cuidados, através da gestão do circuito do medicamento experimental em ensaios pré-aprovação”.

Neste contexto, podem ainda, como especifica a OF, “contribuir para a recolha de dados em contexto real, integrados em equipas multidisciplinares, para aferir o benefício clínico dos medicamentos utilizados, particularmente dos medicamentos órfãos”, tendo em conta as dificuldades na obtenção de evidência robusta pré-aprovação sobre a sua eficácia e segurança.

 

Farmacêuticos comunitários

A OF considera ainda que a intervenção destes farmacêuticos deve complementar a de outros profissionais de saúde. Pela conveniência, acesso, disponibilidade e competência dos farmacêuticos para o encaminhamento dos doentes para cuidados clínicos.

O farmacêutico comunitário pode também “contribuir significativamente para o uso correto e seguro das terapêuticas farmacológicas utilizadas no contexto das doenças raras ou para condições clínicas intercorrentes, bem como no encaminhamento em situações de urgência ou emergência”.

De acordo com a OF, o farmacêutico pode ainda intervir “no aconselhamento, acompanhamento e monitorização de doenças crónicas ou de indicadores específicos e identificar situações de referenciação ao médico”.