A Ordem dos Farmacêuticos “não acompanha” a decisão anunciada esta quinta-feira pela Ministra da Saúde de deixar cair a obrigatoriedade do uso de máscara nas farmácias, uma vez que se mantém em estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, como prevenção de contágios pelo vírus SARS-CoV-2.
“As farmácias são espaços de saúde, sempre foram”, explica fonte oficial da OF ao Netfarma. A Ordem acredita que “talvez sejam declarações precipitadas. Não nos faz sentido deixar cair a obrigatoriedade nas farmácias e continuar a ser obrigatório nos prestadores de cuidados de saúde, as pessoas não vão atender”.
“Se é cedo ou tarde para tirar as máscaras, aí aos técnicos e ao Ministério [da Saúde] caberá avaliar a situação epidemiológica”, deixa claro a OF que, contudo, reforça que “o que não faz sentido é dissociar estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde das farmácias”.
Mantendo-se o uso obrigatório em espaços prestadores de cuidados de saúde, a medida torna-se “contraditória”. Para a OF, “é indissociável uma coisa da outra, até porque as pessoas que vão às farmácias são as mesmas”.
“Obviamente que não conhecemos o documento porque ainda não foi publicado e é também referida a norma específica da DGS, que ainda não é possível verificar”, lembra a OF. Neste sentido, é necessário “aguardar por estes documentos” para uma posição mais concreta. Em todo o caso, “se é obrigatório nos estabelecimentos de cuidados de saúde, deverá ser obrigatório nas farmácias”.
ANF “recomenda a manutenção do uso de máscara ou viseira” na prestação de serviços de saúde
Já Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias, afirma ao Netfarma que “nas situações de maior vulnerabilidade das pessoas que vivem com doença ou na prestação de serviços de saúde nas farmácias, realizada em gabinete de atendimento personalizado, a ANF recomenda a manutenção do uso de máscara ou viseira”.
A utilização de máscara nas farmácias deixou de ser obrigatória, anunciou esta quinta-feira a ministra da Saúde, após reunião do Conselho de Ministros. O mesmo acontece nos transportes públicos, táxis e TVDE.
“Mantém-se a obrigatoriedade de utilização de máscaras em estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, face à particular exposição das pessoas que a eles recorrem, e nos estabelecimentos residenciais para idosos e estruturas semelhantes”, sublinhou Marta Temido.