
A Ordem dos Farmacêuticos comentou esta quinta-feira a recente greve de dois dias (na passada terça e quarta-feira) dos farmacêuticos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Recorda a Ordem que se trata da “primeira greve exclusiva dos trabalhadores farmacêuticos na Administração Pública”.
Em comunicado, a OF ressalva que a paralisação convocada pelo Sindicato Nacional dos Farmacêuticos (SNF) cumpriu a “antecedência exigida nos termos da lei, dando assim oportunidade para reorganização das atividades, garantindo o cumprimento dos serviços mínimos em todas as unidades de saúde”.
Congratulando a “atitude responsável dos farmacêuticos durantes estes dois dias de greve”, a Ordem diz não ter recebido “qualquer reclamação sobre a prestação de serviços essenciais por parte dos farmacêuticos”.
“A OF lamenta, no entanto, as declarações do ministro da Saúde na comunicação social, colocando em causa a honorabilidade e a ética profissional de toda a classe”, refere o comunicado, depois de na quarta-feira o ministro Manuel Pizarro ter dito que “os doentes oncológicos não podem ser usados num processo de luta laboral, seja qual for esse processo e a sua legitimidade”.
O ministro da Saúde disse então que “não está em causa a utilização do direito à greve”, mas disse: “Acho que é difícil encontrar razoabilidade numa forma de luta que põe em causa os doentes mais vulneráveis, que são os doentes oncológicos”.
Henrique Reguengo, presidente do Sindicato Nacional dos Farmacêuticos, que convocou a greve, assegurou que todos os pedidos urgentes que chegaram às farmácias hospitalares foram respondidos, refutando as declarações de Manuel Pizarro.