Nova Lei de Bases deve ter uma Base dedicada às tecnologias de saúde 1031

As Ordens profissionais da área da Saúde foram ontem ouvidas pelo Grupo de Trabalho da Comissão Parlamentar de Saúde com o intuito de recolher contributos dos parceiros sociais para uma nova Lei de Bases da Saúde.

Na base da discussão estão as cinco iniciativas legislativas do Governo, BE, PCP, PSD e CDS. A OF sugere a integração dos aspetos relacionados com a atividade dos farmacêuticos numa Base sobre Tecnologias de Saúde e apresentou os seus contributos para a discussão política sobre as iniciativas legislativas para revisão da Lei de Bases da Saúde. Focou a sua argumentação sobre alguns aspetos que considera fundamentais, tais como financiamento, recursos humanos em saúde ou a investigação e inovação.

Como se lê no seu site, a OF defende um modelo de organização do sistema de saúde que promova a articulação entre o setor público, social e privado, numa base sustentada. Ainda entende que o financiamento público deve visar a obtenção de ganhos em saúde, transformando um modelo de financiamento pelo volume de cuidados de saúde prestados num financiamento pelo seu valor.

Colaboração e multidisciplinariedade são princípios defendidos para uma política de recursos humanos, focada nas necessidades e prioridades em saúde, em particular na formação, competências, estabilidade, motivação e valorização dos profissionais.

No que respeita a investigação e inovação, a Ordem propõe o seu desenvolvimento logo na formação pré e pós-graduada, através da composição de redes com universidades, politécnicos, centros de investigação e empresas, mas igualmente através de uma maior conjugação com a prestação de cuidados, com a constituição de equipas multiprofissionais e de um financiamento dedicado, sugerindo mesmo o reconhecimento da Ciência como um «bem público».

Quanto à atividade farmacêutica, a Ordem recorda que a Lei de Bases de 1990 tinha uma base dedicada à profissão. 25 Anos depois da construção de um sólido sistema europeu do medicamento do qual Portugal faz parte, sugere-se uma fusão destes princípios numa Base dedicada às Tecnologias de Saúde, que incorpore medicamentos, dispositivos e procedimentos médicos e cirúrgicos e, simultaneamente, promova a sua utilização responsável e constante avaliação.

Deu-se nota também sobre a Base dedicada à Genética Humana, com especial atualidade, e considerou-se fundamental que a nova Lei de Bases deixe claro os princípios a seguir na realização de testes genéticos preditivos, de rastreios genéticos, de terapia génica, de investigação e de acesso e utilização da informação genética.

O Grupo de Trabalho integra os deputados Carla Cruz (PCP), que coordena, Ana Oliveira, Isaura Pedro, Laura Monteiro Magalhães, Luís Vales e Ricardo Batista Leite, todos pelo PSD. Pelo PS estão os deputados António Sales, Eurídice Pereira, Jamila Madeira, João Gouveia e Maria Antónia de Almeida Santos. Moisés Ferreira, pelo BE, e Isabel Galriça Neto, pelo CDS-PP, são os restantes membros.

A OF foi representada por Helena Farinha e Ema Paulino, membros da Direção Nacional.