OF quer contraceção de emergência apenas nas farmácias
04 de setembro de 2017 A Ordem dos Farmacêuticos quer voltar a ter apenas nas farmácias alguns medicamentos não sujeitos a receita médica que hoje se vendem noutras superfícies, entre os quais a contraceção de emergência, para evitar o uso abusivo. Em declarações à agência “Lusa”, a bastonária dos farmacêuticos, Ana Paula Martins, explicou que a proposta da Ordem, que deverá ser entregue ao INFARMED até final do ano, surge «não tanto pelas características farmacológicas das substâncias (…), mas pela sua utilização». Ana Paula Martins dá como exemplo a contraceção de emergência, afirmando: «se uma jovem todas as semanas usar contraceção de emergência pode tornar-se uma questão de saúde pública». Exemplifica ainda com o paracetamol, «um medicamento com uma das melhores relações beneficio-risco que se conhece» e que no Reino Unido, há uns anos, «começou a ser usado para intoxicação voluntária». Para a bastonária, a farmácia «garante uma disponibilização mais cuidada, mais avaliada e mais conscienciosa». «Na farmácia existem técnicos, existem farmacêuticos e um diretor técnico, que está lá», afirmou. A vontade de aumentar a lista dos medicamentos não sujeitos a receita médica de venda exclusiva em farmácias foi hoje revelada pelo jornal “Correio da Manhã”, que escreve que Portugal é o país da Europa com mais medicamentos fora das farmácias e critérios de segurança mais permissivos. A posição da Ordem dos Farmacêuticos surge uma semana depois de a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) ter manifestado a expetativa do setor em alargar a lista de medicamentos não sujeitos a receita médica comercializados nos seus espaços. |