A Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica publicou um lote de recomendações e orientações de apoio à decisão clínica, de forma a apoiar as pessoas que vivem com diabetes, os médicos prescritores e demais profissionais de saúde na substituição por outra insulina, que se diferenciam, contudo, na forma de apresentação e perfil farmacocinético.
Segundo a OF no seu site, a “Sanofi reportou ao Infarmed a rutura e subsequente indisponibilidade no mercado de diversas insulinas por ele comercializadas, motivada por problemas de fabrico. O período de indisponibilidade é prolongado, prevendo-se que se inicie em maio e que se estenda até ao final do ano”, lê-se.
“Deste modo, é necessário assegurar que os utentes tratados com qualquer uma das formulações de insulina afetadas efetuem, de forma atempada, a transição para outra das alternativas terapêuticas existentes no mercado, cuja disponibilidade foi desde já assegurada por parte dos respetivos titulares de autorização de introdução no mercado”, diz ainda o comunicado.
Neste sentido, a Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica definiu guidelines para este processo, nas quais identifica as alternativas terapêuticas disponíveis e dá recomendações para que a substituição decorra de forma segura.
As formulações que podem ser utilizadas em alternativa à insulina rápida e insulina basal, que se encontram em rutura, não possuem a mesma apresentação, pelo que requerem um dispositivo de administração próprio. Estas alternativas podem possuir a mesma substância ativa, ou tratar-se de análogos de insulina, que partilham as mesmas indicações terapêuticas, mas possuem um perfil farmacocinético diferente.
E continua: “No caso da pré-mistura de insulina rápida e insulina basal, além da diferença relacionada com o dispositivo de administração, nenhuma das alternativas possui as mesmas substâncias, na mesma concentração. Assim, o prescritor poderá optar pelas mesmas substâncias, em diferente proporção, ou por uma associação de análogos de insulina, na mesma ou em diferente proporção”.
Os farmacêuticos que acompanhem utentes tratados com qualquer uma destas formulações devem aconselhar o contacto com o médico o mais precocemente possível, para que a substituição decorra de forma atempada e ainda instruir os utentes e/ou os seus cuidadores acerca da correta utilização do novo dispositivo de administração, acompanhando o processo de introdução do novo medicamento e esclarecendo eventuais dúvidas relativas à posologia prescrita, ao horário de administração ou a possíveis ajustes à medicação concomitante.
É ainda muito imporante reforçar a necessidade de uma rigorosa monitorização da glicemia durante as fases iniciais do processo de substituição. A OF deixa assim quatro itens essenciais para a intervenção farmacêutica neste caso.
- Aconselhar contacto com médico para substituição atempada;
- Apoiar os utentes na utilização do novo dispositivo de administração;
- Esclarecer dúvidas sobre dosagens, posologia e eventuais ajustes à medicação concomitante;
- Reforço e rigor na monitorização da glicemia nas fases iniciais do processo de substituição.