Oito meses é o tempo médio de espera para colonoscopia com anestesia no Amadora-Sintra 30 de outubro de 2014 Os tempos médios de espera no Hospital Fernando Fonseca (HFF) para realização de colonoscopias em ambulatório eram, em junho, de 151 dias sem anestesia e de 254 com anestesia, revela uma auditoria do Tribunal de Contas divulgada ontem. De acordo com a “Lusa”, estes tempos de espera ultrapassam o prazo máximo recomendado, numa norma da Direção-Geral da Saúde (DGS), de oito semanas após a prescrição do exame. Esta norma da DGS surgiu na sequência de um despacho do Governo que determina que todas as colonoscopias no Serviço Nacional de Saúde (SNS) sejam feitas com recurso a sedação, uma forma de reduzir o receio da realização deste exame. A auditoria do Tribunal de Contas (TdC) refere que o hospital não recorreu, em 2013, a entidades externas para a realização destes exames, apesar da «diminuição acentuada» das colonoscopias realizadas nesse ano e do aumento do tempo médio de espera. O Hospital Amadora-Sintra justificou esta situação com a ausência temporária de dois médicos da especialidade em 2013, ano em que foram realizados 1.638 exames, menos 373 do que em 2012. Sobre os tempos de espera para a realização de colonoscopias sem anestesia, a auditoria refere que era de 134 dias em 2011 e de 148 dias no ano seguinte. O Tribunal de Contas refere na auditoria que, na marcação destes exames, o HFF segue um sistema de triagem que categoriza a sua realização em períodos de um mês, três meses, seis meses e um ano, correspondentes à prioridade atribuída a cada caso clínico. Contudo, no período 2009-2013, «não existia uma monitorização periódica da lista de espera dos exames de colonoscopia marcados para exames com prioridade urgente (um mês), o que no limite terá estado na origem de situações que foram objeto de inquérito interno», ressalva a auditoria, que analisa o desempenho do hospital como entidade pública empresarial entre 2009 e 2012. Em janeiro, a imprensa divulgou um caso de uma mulher com cerca de 60 anos que descobriu um cancro em estado grave depois de dois anos à espera de uma colonoscopia. A este propósito, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) considerou, em agosto, que o Hospital Fernando Fonseca não acautelou o devido acompanhamento à doente e defendeu que o hospital deve garantir a prestação de cuidados de saúde protegendo os direitos e interesses legítimos dos utentes, mediante a sua capacidade ou recorrendo a entidades externas. Na altura, o hospital disse que acatou as indicações da ERS e que atualmente existe já um sistema informático que não deixa que casos semelhantes possam ficar mais de 90 dias sem a realização de colonoscopia. O TdC refere que, já este ano, o hospital, «no sentido de melhorar os tempos de espera» destes exames, desenvolveu iniciativas, como o reforço interno dos recursos humanos e a aplicação de regras de monitorização e controlo, prevendo realizar mais 661 colonoscopias em 2014 (2.299) face a 2013 (1.638). Também abriu um concurso para contratação de exames a entidades externas, «independentemente de confirmar a ausência de resposta de outros hospitais do SNS» ou «independentemente da avaliação dos efeitos das iniciativas internas» aplicadas, sublinha. |