O Observatório Português de Canábis Medicinal (OPMC) alertou para o fato de que estão a ser vendidos suplementos alimentares à base de óleo de sementes de cânhamo como sendo óleo de canábis medicinal.
“É importante as pessoas saberem que o suplemento com canabidiol foi retirado do mercado. Portanto, isto é impossível ser um suplemento alimentar com fins terapêuticos”, afirmou Carla Dias, presidente do OPCM, à Agência Lusa.
Segundo o “CannaReporter”, site especializado em informação sobre canábis, desde janeiro, altura em que foi aprovada a lei que regulamenta a utilização da canábis para fins medicinais, surgiram em Portugal vários suplementos alimentares com o nome “Cannabis” que estão a ser vendidos livremente em farmácias ervanárias e em lojas especializada.
Estes produtos passaram a ser comercializados numa altura em que os consumidores deixaram de ter acesso aos produtos à base de óleos de canabidiol, que eram considerados suplementos alimentares, e que foram retirados do mercado porque passaram a ser considerados medicamentos, e com a nova lei necessitam de uma autorização de colocação no mercado pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).
Apesar de estes suplementos alimentares serem ricos em ácidos gordos essenciais, não têm os princípios ativos da canábis e “se tiverem é uma quantidade muito residual tanto de canabidiol (CBD) como de Tetrahidrocanabinol (THC) e não tem qualquer fim terapêutico”, declarou Carla Dias.
“Se dizem no rótulo e na embalagem que contêm THC, e se assim é, precisam de uma prescrição médica, como está definido na lei. Se não têm, então trata-se de publicidade enganosa”, concluiu a presidente da presidente do OPCM.