OM: Bastonário alerta para consequências da baixa natalidade e emigração de médicos 24 de Junho de 2015 O bastonário da Ordem dos Médicos alertou ontem para as consequências futuras no setor da saúde da baixa taxa de natalidade, das alterações climáticas e da emigração de médicos, considerando que se vive uma «medicina de guerra».
José Manuel Silva, que discursava na conferência “Cuidados de Saúde no Futuro”, considerou o tema em debate «um desafio tremendo» e «uma enorme arrogância».
Para o bastonário, as alterações climáticas devem ser encaradas como um desafio na Saúde, no que respeita ao seu impacto.
«Estamos perante uma situação de insustentabilidade do planeta. Acabaremos connosco antes de nos preocuparmos com a evolução da saúde. Não podemos discutir o futuro da saúde sem discutir o clima», sustentou.
Outros dos desafios de futuro, apontou, está relacionado com a demografia.
«Outro grande desafio que Portugal enfrenta é o desafio demográfico. Nada está a ser feito para melhorar a taxa de natalidade. Vivemos uma medicina de guerra que eu espero que não se repita nos próximos anos», afirmou.
Também a emigração de médicos é outro dos problemas de futuro destacados por José Manuel Silva, bem como a sua formação.
«Assistimos à emigração de centenas de médicos. Estamos a formar cerca de 1.800 médicos por ano, muito acima das nossas necessidades. São mais do que suficientes para as necessidades a curto prazo. Atingimos o limite de formação pós-graduada em Portugal», disse.
No entanto, ressalvou, continua a haver falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde, um problema que é de contratação.
«Se o Ministério da Saúde tivesse seguido as nossas sugestões, neste momento todos os cidadãos teriam acesso a médico de família», frisou o bastonário.
Para José Manuel Silva, o sistema de saúde público português é dos melhores e Portugal gasta muito menos do que a media dos restantes países da União Europeia, sublinhando que «não há mais por onde cortar».
Por fim, o bastonário alertou para a falta de informação em muitas matérias relacionadas com a Saúde, uma responsabilidade que – disse – é do Governo.
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