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OM quer intervenção do Governo para resolver falhas do sistema informático

09 de Maio de 2016

A Ordem dos Médicos (OM) apela à intervenção do Governo, perante as falhas do sistema informático utilizado durante as consultas, que dificulta o atendimento dos médicos nos centros de saúde.

«Há médicos que são pressionados para ver os utentes em cinco ou sete minutos, quando deveria ser, no mínimo, em 20», denuncia o presidente da Secção Regional da Ordem dos Médicos do Norte (SRNOM). Miguel Guimarães diz que «o doente fica com a sensação de que não está a ser bem atendido e não fica satisfeito». O que acaba por causar stress no médico e no utente. «Tem de haver tempo para a relação médico-doente na consulta», alerta. A Ordem já chamou a atenção do ministério liderado por Adalberto Campos Fernandes para a necessidade de resolver estas questões com urgência.

O problema acontece um pouco por todo o país. Também o presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Diogo Cortes, denuncia que «em vários hospitais e centros de saúde há recomendações para encurtar os tempos de consultas». Mais, lamenta, «há situações em que os doentes são marcados de cinco em cinco minutos e depois há uma pressão imediata no médico para fazer as consultas mais rápidas». O grave nisto tudo é que «não interessa se o utente foi bem tratado, a qualidade da consulta, mas sim a rapidez, a produtividade». Depois gera-se stress e ansiedade no médico, que se apercebe dos muitos doentes na sala de espera. E, por consequência, o mesmo nos utentes, que acabam por desesperar enquanto aguardam para serem atendidos “a correr”, como alguns se queixam, avançou o “DN”.

Inês Rosendo, também do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, diz que os mais afetados são «os colegas médicos dos hospitais». Mas esta médica de família também já esteve perto de passar pelo mesmo: «Já tive algumas administrações que pensaram pôr tempos de consultas. Sempre consegui gerir sem o fazer».