OMD: 5.000 biopsias por ano no programa de rastreio e diagnóstico ao cancro oral 16-Jan-2014 Cerca de cinco mil biopsias ao cancro oral devem ser realizadas anualmente no âmbito do programa de diagnóstico precoce daquela doença, que arranca em março, estima o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas. Segundo um diploma publicado ontem em Diário da República, a cada utente do Serviço Nacional de Saúde passam a poder ser atribuídos por ano até dois cheques dentista para diagnóstico de cancro oral e dois outros para biopsia. Em declarações à agência “Lusa”, o bastonário dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, estimou que passem a ser realizadas, anualmente, cerca de cinco mil biopsias ao cancro oral. «É sem dúvida um passo muito positivo, na direção certa», frisou Monteiro da Silva, realçando a colaboração entre médicos de famílias e médicos dentistas contemplada no Programa de Saúde Oral, que a partir de março terá a componente da intervenção precoce no cancro oral. Para o bastonário, o programa vai ainda permitir ter uma «radiografia mais refinada» da situação do país em relação ao cancro oral, apesar de já haver uma estimativa de que esteja entre o quinto e o sétimo lugar em termos de prevalência. No programa participam 240 médicos dentistas, numa rede que pretende cobrir geograficamente todo o país. De acordo com o diploma, o valor de cada cheque-diagnóstico é de 15 euros e o de cada cheque-biopsia de 50 euros, podendo cada utente receber, anualmente, dois cheques de cada. A intervenção começará sempre no médico de família, ou através de rastreios a utentes de elevado risco, que terão ainda de ser definidos pela Direção-Geral da Saúde, ou pelo diagnóstico clínico de lesões na boca potencialmente malignas. A existência de uma lesão suspeita deve ser sempre sujeita a um diagnóstico diferencial, sendo emitido pelo sistema informático dos centros de saúde um cheque-diagnóstico que pode ser usado num médico dentista aderente ao Programa. No caso de o médico dentista ou estomatologista considerar necessária a realização de uma biopsia deve realizar a recolha do produto e enviar para um laboratório de referência, utilizando então um cheque-biópsia. Segundo o diploma, que entra em vigor a 1 de março, os resultados das biopsias são enviados para o médico de família do utente e para o dentista que o seguiu. No caso de ser detetado cancro, o laboratório informa, por sistema informático, o Instituto Português de Oncologia da respetiva área, que deve marcar uma consulta com caráter de urgência. Este alargamento do Programa de Saúde Oral ao diagnóstico e rastreio de cancro é justificado com as «elevadas taxas de incidência» da doença, associadas a «baixos níveis de sobrevivência dos doentes», muito devido a diagnósticos tardios. |