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OMS: Avanços significativos, mas insuficientes na luta contra tuberculose

29 de Outubro de 2015

A taxa de mortalidade da tuberculose diminuiu 47% desde 1990, mas a doença continua a provocar milhares de mortes anualmente devido à falta de acesso a cuidados, indica um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado ontem.

De acordo com o último relatório da OMS sobre a doença, uma das principais causas de mortalidade no planeta, a maioria dos avanços registou-se desde 2000, quando foram aprovados os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio pelas Nações Unidas, avançou a “Lusa”.

No total, as intervenções médicas com meios de diagnóstico e tratamentos eficazes permitiram salvar 43 milhões de pessoas nos últimos 15 anos e a incidência da tuberculose diminuiu 18% neste período, assinala a OMS.

«O relatório mostra que a luta contra a tuberculose teve um impacto enorme em termos de vidas salvas e de curas», congratula-se a diretora-geral daquela agência da ONU, Margaret Chan.

«Estes avanços são reconfortantes, mas se o mundo quer acabar com esta epidemia é preciso reforçar os serviços e, fundamentalmente, apostar na investigação», adiantou.

Para combater a tuberculose «é necessário preencher as lacunas na deteção e tratamento, assim como no financiamento, e desenvolver novos medicamentos, vacinas e meios de diagnóstico», indicam os autores do relatório apresentado em Washington.

O estudo refere ainda que o número de novos casos foi de 9,6 milhões em 2014, superior aos dos anos anteriores.

Mais de metade dos casos de tuberculose foi registada na China, Índia, Indonésia, Nigéria e Paquistão.

«Os avanços conseguidos estão longe de ser suficientes», lamentou Mario Raviglione, diretor do programa mundial de luta contra a tuberculose da OMS.

Assinalou que a doença «causa ainda 4.400 mortos por dia, um número inaceitável numa altura em que se pode diagnosticar e curar quase todos os doentes».