OMS: Casos de microcefalia constituem «emergência sanitária internacional» 02 de Fevereiro de 2016 O Comité de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu ontem que os casos de microcefalia e de desordens neurológicas surgidas no Brasil constituem uma emergência sanitária de alcance internacional, mas não o vírus Zika, por não ter sido comprovada relação entre ambos. A medida foi anunciada em conferência de imprensa pela diretora-geral da instituição, Margaret Chan, ao referir que «os casos de microcefalia e outras desordens neurológicas por si mesmos, pela sua gravidade e pela carga que implicam para as famílias constituem por si só uma ameaça [para o resto da população mundial] e por isso aceitei a recomendação do Comité». A mesma responsável sugeriu ainda «medidas preventivas». «Por si só, o Zika não é uma emergência internacional», sublinhou por seu turno o diretor de emergência da OMS, Bruce Aylwar, citado pela “Lusa”. «O que é uma ameaça e por isso uma emergência internacional são os dois grupos de casos de microcefalia atualmente no Brasil e os que ocorreram na Polinésia francesa em 2013 e 2014», disse por sua vez David Heymann, presidente do Comité de emergências. «Não pudemos estabelecer uma relação direta entre o vírus Zika e os casos de microcefalia e desordens neurológicas. É isso que devemos investigar. Mas os casos de malformações são tão graves que decidimos declará-los uma emergência», acrescentou Heymann. «O facto de se estar a expandir é outros dos argumentos para declarar a emergência», sublinhou ainda. Apesar da declaração de emergência, a OMS recusou a recomendação de restrições de viagens, incluindo a mulheres grávidas. «Não fazemos nenhuma recomendação de restrição de viagens nem de comércio, nem sequer para as grávidas», enfatizou Aylward. A OMS confirmou que até à data foram detetados casos do vírus em 25 países e territórios das Américas. |