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OMS lança campanha em defesa da segurança alimentar

08 de Abril de 2015

A Organização Mundial de Saúde (OMS) lançou ontem uma campanha destinada a promover a segurança alimentar, numa altura em que milhões de pessoas morrem de fome ou devido a produtos estragados e a obesidade ganha diariamente terreno.

«A segurança, a qualidade e a quantidade da alimentação devem andar a par», declarou Margaret Chan, diretora-geral da OMS, numa visita ao mercado de Rungis, na periferia parisiense, onde assinalou o Dia Mundial da Saúde 2015, dedicado à segurança sanitária dos alimentos, noticiou a agência “Lusa”.

A campanha promovida pela OMS visa sensibilizar os consumidores para os perigos da sua alimentação, com recomendações sobre o equilíbrio nutricional e sobre a forma de preparar pratos de forma higiénica.

Segundo a agência especializada das Nações Unidas, cerca de dois milhões de pessoas morrem anualmente no mundo devido a doenças relacionadas com a comida ou a água.

A alimentação pode ser contaminada por vírus, bactérias, parasitas, produtos químicos ou poluição da água, que podem estar na origem de cerca de 200 doenças, desde a diarreia ao cancro.

Vinte e duas patologias ligadas à alimentação fizeram 580 milhões de doentes em 2010, dos quais 350 mil acabaram por morrer, de acordo com dados preliminares fornecidos pela OMS.

Mais de 40 por cento das pessoas afetadas eram crianças com menos de cinco anos, sobretudo habitantes em países pobres.

Mas também podem surgir crises sanitárias relacionadas com a alimentação em países desenvolvidos: em 2011, uma contaminação pela bactéria Escherichia coli (E.coli) em sementes germinadas na Alemanha fez mais de 40 mortos na Europa e custou 1,2 mil milhões de euros aos agricultores e à indústria agroalimentar dos países europeus.

Apesar das crises, mais de uma centena de países em todo o mundo não dispõe ainda de uma legislação que estabeleça padrões em matéria de segurança alimentar, segundo o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Bernard Vallat, também presente em Rungis.

Margaret Chan indicou, por seu lado, que a carência de alimentos pode incitar algumas populações a deslocar-se à selva para caçar animais potencialmente contaminados por bactérias ou vírus como o Ébola.

Este vírus que provoca febre hemorrágica originou uma epidemia que já custou a vida a mais de 10.000 pessoas desde que surgiu, no ano passado, na África Ocidental.

Para a responsável da OMS, «comer maus alimentos, ou alimentos contendo demasiadas calorias ou gordura» pode também provocar «doenças cardiovasculares, diabetes e, claro, obesidade».