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OMS: Mais de 80% das mortes em Portugal são por doenças crónicas não transmissíveis

18 de julho de 2014

Mais de 80% das mortes em Portugal resultam de doenças crónicas não transmissíveis, com as patologias cardiovasculares a surgirem como as principais responsáveis, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo o documento, datado de julho e que analisou 178 países, em Portugal a probabilidade de morrer entre os 30 e os 70 anos de uma das quatro principais doenças crónicas não transmissíveis situa-se nos 12%.

Doenças cardiovasculares, diabetes, cancros e doenças crónicas respiratórias são consideradas as principais patologias crónicas não contagiosas.

De acordo com o documento, com dados de 2000 até 2012, as doenças cardiovasculares são responsáveis, em Portugal, por 32% da mortalidade, os tumores por 28%, as doenças crónicas respiratórias representam uma fatia de 6% e a diabetes de 5%.

Num total de 97 mil mortes, as doenças crónicas não transmissíveis representam 86%.

«A prevenção é a única forma de travarmos estas doenças crónicas não transmissíveis. Enquanto os nossos governantes não entenderem que a maior fatia do investimento em saúde deve ser feito na prevenção, e não no tratamento, nunca teremos, por um lado, a diminuição da doença e, por outro, a diminuição dos encargos na saúde», referiu ontem em comunicado a Ordem dos Nutricionistas, num comentário ao relatório da OMS.

Os nutricionistas lembram a «grande relação» entre a alimentação desadequada e o aparecimento de doenças como as cardiovasculares, frisando a necessidade de «uma política alimentar e nutricional que envolva todos os intervenientes».

De acordo com o documento da OMS, todos os anos morrem 38 milhões de pessoas de doenças crónicas não contagiosas, 28 milhões deles nos países desenvolvidos.

Do total de mortes, 16 milhões são consideradas prematuras, ou seja, ocorrem antes dos 70 anos.

«O número de doenças crónicas não transmissíveis aumentou em todo o mundo desde 2000, sobretudo nas regiões do Sudeste Asiático e do Pacífico Ocidental», referiu a OMS, citada pela “Lusa”.