OMS pede grandes investimentos e cooperação internacional contra a malária 10 de Dezembro de 2015 O diretor do Programa da Malária da Organização Mundial de Saúde (OMS), Pedro Alonso, disse ontem que grandes investimentos e cooperação internacional são necessários para erradicar a doença. «Eliminar a malária exige investimentos maciços e a cooperação entre países e regiões é necessária se queremos conseguir mais progressos, para desenvolver novos instrumentos de que o mundo necessita para erradicar a doença», declarou Alonso no Parlamento Europeu, citado pela “Lusa”. O responsável participou num debate sobre “Cobertura de Saúde Universal” na 30.ª assembleia interparlamentar paritária entre os Estados de África, Caribe e Pacífico e a União Europeia, a decorrer esta semana em Bruxelas, no qual apresentou o relatório anual sobre a malária. O estudo revela que nos últimos anos «se avançou» na luta contra a malária, mas também que «ainda há muito trabalho para fazer», disse Alonso. Entre 2000 e 2015, os casos de malária reduziram-se 37% a nível mundial e 42% em África, segundo o relatório da OMS, que adianta que a mortalidade desceu globalmente 60% (66% em África) no mesmo período. No entanto, mais de 400.000 pessoas morreram devido à doença em 2015, tendo sido registados mais de 200 milhões de casos. Em 2015, pela primeira vez, não foi registado qualquer caso de malária na Europa. «O fardo desta doença é carregado por África, mas também aqui houve progressos sem paralelo», sublinhou o responsável, adiantando que o objetivo da OMS é até 2030 reduzir a incidência e mortalidade da malária em 90% nos países em que é endémica e eliminá-la em 35 países. Para isso é necessário investir, salientou, assinalando que por cada dólar investido na malária se registam benefícios de 14 dólares em geral que sobem para os 16 em África. Alonso disse ainda que a maioria de mortes por malária «ocorre nos países mais pobres do mundo», com uma concentração de 35% das mortes na Nigéria e na República Democrática do Congo em 2015. «A malária é uma demonstração da necessidade de uma cobertura de saúde universal», afirmou. |