OMS pede mais esforços para combater doenças tropicais negligenciadas 10 de Setembro de 2015 A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu hoje empenho e esforços renovados para combater doenças tropicais negligenciadas como a calazar, lepra, bouba ou esquistossomose, que continuam a afetar e matar centenas de milhares de pessoas no continente asiático.
O alerta foi dado em Díli no decurso da 68.ª sessão do Comité Regional do Sudeste Asiático da OMS, que decorre na capital timorense até sexta-feira com delegações de 11 países.
«Apesar de serem chamadas doenças negligencias, estas são as doenças das pessoas negligenciadas, dos mais pobres dos pobres. Compromissos políticos fortes e esforços renovados e com foco centrado em torno da população afetada são necessários para controlar, eliminar e erradicar estas doenças», disse Poonam Khetrapal Singh, diretora regional da OMS no sudeste asiático, citada pela “Lusa”.
Entre as doenças que merecem menos atenção contam-se a calazar ou leishmaniose, a segunda doença parasitária que mais mata no mundo (atrás da malária), a bouba, uma doença infeciosa de pele, ossos e cartilagens, e a esquistossomose, uma doença crónica considerada a forma mais grave de parasitose.
Muitas destas doenças têm consequências mortais para os doentes e outras deixam-nos incapacitados ou desfigurados o que, sublinha a OMS, os torna vítimas de discriminação, estigma e até maus tratos, «empurrando-os ainda mais para a pobreza»
A OMS defende, por isso, medidas mais amplas de deteção precoce e tratamento adequado para prevenção e cura de toda a população afetada e em risco, com um envolvimento «multissetorial» na resposta das autoridades.
Um dos processos mais implementados é o de resposta à lepra, ou hanseníase, uma doença endémica em todos os países da região, que em 2013 foi responsável por mais de 155 mil casos (73% de todos os reportados globalmente).
Estima-se que haja ainda cerca de 60 milhões de pessoas infetadas com a filariose linfática (metade dos casos globais) com 10 mil casos de calazar e 147 milhões de pessoas em risco.
Timor-Leste e a Indonésia, por seu lado, são os únicos países com casos de bouba, sendo que a Indonésia persistem três “bolsas” de esquistossomose, nomeadamente em zonas de difícil acesso e com falta de água potável ou saneamento adequado. |