OMS precisa de mais de 10 mil milhões de euros 194

A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou no domingo um mecanismo destinado a angariar fundos “sustentáveis, previsíveis e flexíveis” para financiar as prioridades para o período 2025-2028.

“Mesmo antes da pandemia da covid-19, o mundo estava a ficar para trás nos objetivos de desenvolvimento sustentável relacionados com a saúde. Agora está ainda pior”, afirmou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Genebra, citado pela Lusa, apelando a “uma mudança radical de rumo”.

Esta semana, o secretariado da OMS deverá apresentar o programa de trabalho para o período 2025-2028 aos 194 membros na Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra.

A organização estima precisar de 11,1 mil milhões de dólares (cerca de 10,23 mil milhões de euros) para financiar o programa.

A OMS acredita ter garantido mais de um terço deste valor, ou seja, cerca de quatro mil milhões de dólares (3,68 mil milhões de euros), nomeadamente graças ao aumento previsto das contribuições dos Estados-membros.

Vai tentar encontrar os restantes sete mil milhões de dólares (6,45 mil milhões de euros) apelando aos doadores, em especial fundações.

Tal como outras agências das Nações Unidas, uma grande parte do financiamento da OMS consiste em dinheiro destinado a um projeto específico com numerosas condições associadas durante um determinado período, muitas vezes demasiado curto.

A ideia principal do “ciclo de investimento” – nome deste novo mecanismo – é obter o dinheiro no início do programa de trabalho.

“Isto permitir-nos-á elaborar planos a mais longo prazo e contratar as pessoas necessárias para a execução desses planos com base em contratos mais seguros”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, uma vez que muitos dos funcionários da organização trabalham com contratos a prazo.

Este ciclo de investimento faz parte de uma vasta reforma do financiamento da organização, que se viu debaixo de fogo e de críticas durante a luta contra a pandemia da covid-19.

A OMS começou por alargar a base de doadores e criou ainda a Fundação OMS, para aceder a novas fontes de financiamento.

“Há dois anos, os Estados-membros assumiram o compromisso histórico de aumentar gradualmente as contribuições estatutárias para 50% do nosso orçamento de base até 2030, e o primeiro aumento já teve lugar”, recordou o responsável da OMS.

Está prevista a realização da “Cimeira do Ciclo de Investimento” em novembro para angariar os fundos.

O ministro da Saúde francês, Frédéric Valletoux, já anunciou que a França vai patrocinar este mecanismo.