OMS regista em 2014 recorde de casos de contágios de VIH na Europa 600

OMS regista em 2014 recorde de casos de contágios de VIH na Europa

26 de Novembro de 2015

A Europa registou no ano passado mais de 142 mil casos de contágio de VIH (Vírus da Imunodificiência Humana), o que representa um recorde anual, revelou hoje o gabinete regional da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O aumento de casos foi causado pela subida no leste do continente, onde na última década duplicaram os diagnóstivos de VIH, de acordo com um relatório da OMS Europa e do Centro europeu de prevenção e controlo de doenças (ECDC), com sedes em Copenhaga e Estocolmo, respetivamente.

Na Europa de Leste, a subida do número de casos aconteceu em transmissões heterossexuais, enquanto na UE se deu em relações homossexuais.

«Os diagnósticos de VIH em relações homossexuais cresceu a um ritmo alarmante, de 30% em 2005 para 42% em 2014, com aumento em toda a UE e no Espaço Económico Europeu, à exceção de seis países», alertaram a OMS e a ECDC num comunicado, citado pela “Lusa”.

No relatório indica-se que dois em cada três novos infetados nasceram na Europa, enquanto que as pessoas oriundas de fora do continente, incluindo migrante, representam outro terço.

Metade dos infetados com VIH na região europeia, composta por 53 países e quase 900 milhões de pessoas, obtém um diagnóstico tardio, o que multiplica riscos de doença, morte e transmissão do vírus.

O elevado número de casos de SIDA (Síndrome de ImunoDeficiência Adquirida) no leste europeu confirma o papel determinante de um diagnóstico tardio, atraso no início da terapia com antiretrovirais e a fraca cobertura de tratamentos.

«Apesar de todos os esforços para combater o VIH este ano a região europeia superou as 142 mil infeções, o número mais elevado registado até agora. É uma preocupação séria», declarou a diretora da OMS Europa, Zsuzsanna Jakab, em comunicado.

Jakab pediu a todos os países europeus medidas para baixar a curva ascendente «de uma vez por todas». A diretora em funções do ECDC, Andrea Ammon, criticou a «resposta ineficaz» da região.