OMS vai a Angola reforçar parcerias contra a dracunculose 225

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai numa missão à província do Cunene (Angola) reforçar parcerias para combater a dracunculose, doença endémica que Angola ainda não conseguiu erradicar.

A missão vai decorrer, de acordo com um comunicado de imprensa da OMS, referido pela Lusa, entre os dias 15 e 17 de julho naquela província do sul de Angola, onde entre 2018 e 2020 foram identificados casos humanos, tornando o país endémico para esta doença e um dos cinco no mundo que ainda não conseguiu erradicar esta enfermidade.

A dracunculose é uma doença parasitária causada pelo Dracunculus medinensis, um verme longo de cor branca, que pode medir entre 60 e 100 centímetros, e para a qual ainda não existe tratamento, sendo a prevenção a medida mais segura e eficaz para evitar a sua transmissão.

Segundo a OMS, o ministério da Saúde de Angola tem implementado todas as intervenções que recomendou, incluindo a vigilância de base comunitária, o controlo de vetores e a fixação proativa de animais domésticos.

“Por sua vez, a OMS e outros parceiros, nomeadamente o Centro Carter (TCC), apoiam os esforços do país na erradicação da dracunculose, prestando assistência técnica, coordenando atividades de erradicação, reforçando a vigilância em áreas livres da doença e monitorizando e informando sobre os progressos alcançados”, frisa.

Deste modo, a missão inclui reuniões com o governo provincial e com as autoridades sanitárias no município de Ondjiva, seguidas de trabalho de campo no município de Namacunde para verificar o tratamento de água de superfície com o larvicida Abate, na aldeia de Oluxwa ya Kalunga.

A agenda de trabalho prevê igualmente reuniões com as autoridades tradicionais e um diálogo comunitário para reforçar a colaboração efetiva entre todos os envolvidos.

Dados divulgados em julho de 2022 pela OMS indicavam que o país tinha registado de dez casos, dos quais três em humanos e sete em animais.

Os seres humanos são infetados através da ingestão de água contaminada por micro crustáceos, cujas larvas penetram na parede do intestino, tornando-se vermes adultos em aproximadamente um ano, período em que a doença é assintomática. O paciente com esta doença apresenta uma lesão cutânea dolorosa do tipo inflamatória.