Ondas magnéticas podem subsitutir medicamentos no tratamento de depressões 23 de Junho de 2016 Os doentes portugueses com formas mais graves de depressão vão dispor de uma alternativa terapêutica aos medicamentos. A Unidade de Neuropsiquiatria do Centro Champalimaud será a primeira, em Portugal, a implementar a estimulação magnética transcraniana, podendo acontecer já este ano. Esta nova terapia por ondas magnéticas, que são aplicadas junto da cabeça do doente, e que consegue resultados positivos contra a depressão em mais de metade dos casos graves que não respondem a nenhuma outra terapia, foi aprovada em 2008 nos EUA. «Neste momento, seguramente, muitos milhares de pessoas já foram tratadas desta forma contra a depressão nas centenas de centros que disponibilizam esta terapia nos Estados Unidos, e também em alguns países da Europa, e a tendência é para os números crescerem» afirmou, numa entrevista ao “DN”, o diretor da Unidade de Neuropsiquiatria do Centro Champalimaud, Albino Maia. Na Europa, por exemplo, o tratamento contra a depressão por estimulação magnética transcraniana já está disponível em Madrid e em Barcelona. Um ciclo de tratamento típico decorre entre quatro e seis semanas, com sessões diárias de EMT que podem durar entre 15 e 30 minutos diários. «O doente fica sentado e está perfeitamente consciente», adianta Albino Maia. É-lhe então aplicado um capacete, no caso de um dos equipamentos já utilizados, ou aproximado da cabeça um dispositivo em forma de oito, para fazer a estimulação magnética do córtex cerebral no ponto definido pelo médico. «Não existe dor, nem sequer desconforto», assegura o especialista e «só em casos muitíssimo raros pode ocorrer uma convulsão», nota. Há ainda casos em que os doentes se queixam de cefaleias, «mas essa é uma situação temporária e de fácil solução», conclui Albino Maia. |