ONU lança iniciativa de acesso precoce ao diagnóstico do VIH/Sida em África
31 de julho de 2014
Agências da ONU e a Sociedade Africana de Medicina Laboratorial lançaram ontem a Iniciativa de Acesso ao Diagnóstico do VIH/Sida, para melhorar a capacidade dos laboratórios na deteção precoce do vírus da mais alta qualidade, especialmente em crianças.
A Iniciativa de Acesso ao Diagnóstico pretende assegurar que, pelo menos, 90 por cento das pessoas portadoras do VIH, vírus que causa a sida, nomeadamente crianças, tenham conhecimento do seu estado e acesso imediato a exames que controlem os níveis do vírus no corpo.
A ação resulta de uma parceria entre o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (ONUSIDA), a Sociedade Africana de Medicina Laboratorial, a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Clinton Health Access Initiative (CHAI), o Fundo da ONU para a Infância (UNICEF) e o Plano de Emergência do Presidente norte-americano para Combate à SIDA (PEPFAR).
«Os parceiros irão defender o aumento do financiamento e reduções dos preços, intensificar os esforços para garantir os serviços de diagnóstico da mais alta qualidade e estabelecer parcerias para mitigar as falhas de acesso ao diagnóstico», refere um comunicado conjunto destas instituições enviado à “Lusa”.
Citado na nota, o diretor executivo do ONUSIDA, Michel Sibidé, considerou que «dos 35 milhões de pessoas portadoras do VIH, cerca de 19 milhões ainda não sabe que está infetada com o vírus. Se não descobrirem, irão morrer», pelo que «é por isso facilitar o acesso das pessoas ao teste do VIH para que seja possível iniciar o tratamento vital quando necessário».
A coordenadora Global da SIDA dos Estados Unidos, Deborah Birx, defendeu, por isso, a necessidade de se dar capacidade aos países africanos para detetarem precocemente a falha virológica, resistência aos medicamentos e melhoria do impacto global dos programas de cuidado e tratamento do VIH.
«Para conseguir controlar a epidemia do VIH/sida é essencial que todas as pessoas tenham acesso a serviços laboratoriais de VIH de alta qualidade, tanto para um diagnóstico preciso como para a monitorização do tratamento, disse a responsável, citada na mesma nota.
Os mentores do projeto afirmam que, para garantir o diagnóstico prematuro do VIH, é necessário simplificar os procedimentos laboratoriais e disponibilizar diversas ferramentas e estratégias de exames.
A diretora-geral assistente da OMS, Hiroki Nakatani, considerou «essencial que as pessoas saibam se estão ou não infetadas e que as pessoas que estão a receber tratamento saibam se os medicamentos estão a controlar o vírus».
«Dado que a tecnologia de diagnóstico muda com grande rapidez e que os nossos Estados Membros precisam de instruções sobre como a utilizar, a OMS irá desempenhar um papel essencial nesta iniciativa», assegurou Hiroki Nakatani.
O diretor executivo da Sociedade Africana de Medicina Laboratorial, Tsehaynesh Messele, afirmou que «a utilização eficaz de tecnologias existentes e em desenvolvimento para a monitorização da carga viral e de diagnóstico em crianças exigirá uma capacidade laboratorial significativamente mais sólida, além de planeamento estratégico, para garantir que todas as tecnologias são utilizadas da melhor forma».
De acordo com o comunicado, os parceiros da iniciativa vão defender um maior financiamento para os serviços laboratoriais e para o desenvolvimento destas novas ferramentas de diagnóstico.