ONU quer duplicar tratamento de pessoas infetadas com VIH/SIDA até 2020 25 de Novembro de 2015 As Nações Unidas anunciaram ontem que pretendem duplicar o número de pessoas infetadas com VIH/SIDA em tratamento antirretroviral até 2020. Atualmente, pouco menos de metade das pessoas que vivem com o VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) tem acesso a estes tratamentos, noticiou a “Lusa”. «A cada cinco anos temos mais que duplicado o número de pessoas sob tratamento», declarou Michel Sidibé, diretor-executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/SIDA (ONUSIDA). «Temos de o fazer mais uma vez para acabar com a epidemia da SIDA e impedir que ela progrida», prosseguiu o representante, citado num comunicado. Este anúncio da agência das Nações Unidas ocorre um dia depois das autoridades francesas terem dado luz verde ao Truvada, um tratamento preventivo contra o VIH, que é uma combinação de um antirretroviral de um laboratório norte-americano (Gilead Sciences). O antirretroviral Truvada é apresentado como o primeiro tratamento de prevenção contra a SIDA destinado aos grupos de risco e que deverá contribuir, segundo as autoridades, para reduzir novas infeções. Segundo o último relatório da ONUSIDA, apresentado ontem, 15,8 milhões de pessoas estavam a receber tratamentos antirretrovirais (ART) em junho de 2015, contra 7,5 milhões em 2010 e 2,2 milhões em 2005. «O mundo parou e reverteu a propagação do VIH», afirmou a ONUSIDA, que congratulou-se com os «progressos extraordinários» realizados. Em 2014, as mortes relacionadas com a SIDA caíram 42%, em relação aos números de 2004, o que prova, de acordo com a agência da ONU, que o alargamento do acesso aos tratamentos salva vidas. «Foram feitos progressos em cada região do mundo. Mas o ritmo é muito lento», ressalvou, no entanto, Michel Sidibé. Apesar das novas infeções terem recuado em mais de um terço (35%) entre 2000 e 2014, a ONUSIDA teme ainda um potencial progresso da epidemia, caso os países não invistam em esforços suplementares. Em termos globais, 36,9 milhões de pessoas, a grande maioria em África, vivia em 2014 com o vírus VIH/SIDA. Entre 2000 e 2014, as novas infeções progrediram na região da Europa oriental e Ásia central (+30%), bem como no Médio Oriente e no norte de África (+26%). A ONUSIDA estabeleceu uma lista de 35 países “prioritários”, que representam 90% dos novos casos de infeções com VIH/SIDA, e que precisam de uma atenção particular para que o objetivo da erradicação seja alcançado. A agência estima que sejam necessários anualmente 31,9 mil milhões de dólares (29,9 mil milhões de euros) até 2020 para a resposta internacional contra a SIDA. Para conseguir a erradicação da epidemia em 2030, a ONU fixou metas para 2020 sob o lema “90-90-90”: 90% das pessoas infetadas com o VIH devem ter conhecimento desse facto; 90% das pessoas que conhecem o seu estado devem receber o tratamento necessário; 90% das pessoas que estão tratadas devem ter a sua carga viral suprimida (deve ser indetetável). No próximo dia 1 de dezembro assinala-se o Dia Mundial de Luta contra a Sida. |